Ex-vereador de Verdelândia é indiciado por homicídio qualificado


(Por Gabriel Ferrera Borges, O Tempo) Ex-vereador de Verdelândia, no Norte de Minas Gerais, Maesse da Padaria (Avante), 42, foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado. Candidato à Prefeitura em 2020, Maesse é acusado de ser o mandante do assassinato de um jovem, de 24 anos, que lhe teria roubado enquanto dormia nu ao lado da esposa. Além do ex-vereador, três outros homens, que teriam sido contratados por Maesse para a execução, foram indiciados por homicídio qualificado.

Durante a madrugada, o rapaz teria invadido a padaria de Maesse, onde o padeiro também morava, e roubado, além de dinheiro, dois aparelhos celulares. De acordo com o inquérito conduzido pela Delegacia de Homicídios de Janaúba, a cerca de 31 km de Verdelândia, o ex-vereador teria percebido o furto no dia seguinte, quando passou a interrogar uma série de pessoas a fim de descobrir quem teria sido o autor e visto tanto ele quanto a esposa nus.

Então, ao identificar o homem de 24 anos, Maesse teria contratado três pessoas para executá-lo. Enquanto o ex-vereador teria dado as munições, um dos demais envolvidos teria fornecido a arma do crime. Dois dias depois do roubo, o jovem foi assassinado com um tiro na cabeça enquanto dormia.

Ainda conforme as investigações da Polícia Civil, Maesse teria pedido aos supostos comparsas que lhe avisassem quando o homicídio fosse consumado. Quando recebeu a confirmação, o ex-vereador, de bicicleta e com uma espingarda nas costas, foi até o local onde os demais suspeitos estavam escondidos com várias latas de cerveja para comemorar a execução. Ele ainda pagou uma quantia não revelada aos comparsas.

Tanto Maesse da Padaria quanto os outros três suspeitos estão presos desde o decorrer da investigação. Na ocasião, o ex-vereador teve a prisão temporária decretada por posse ilegal de arma de fogo. Já os outros três foram presos em flagrante por tráfico de drogas. Após a conclusão do inquérito, as prisões temporárias foram convertidas em preventivas.

O suspeito de ser o mandante foi vereador de Verdelândia, por dois mandatos, entre 2013 e 2020, quando foi candidato a prefeito. Dentre os quatro postulantes, Maesse foi o menos votado, com 1,6% dos votos válidos. O eleito foi o então vice-prefeito Jarbas (PSD), com 52,76%.

Ao Aparte, a defesa de Maesse alega que o único indício colhido pela Polícia Civil foi o depoimento de um dos supostos envolvidos. “Não tem nada além disso. Não tem prova propriamente dita que Maesse esteja envolvido. Quando alguém é interrogado, não tem a obrigação de dizer a verdade. Pode falar o que quiser”, questiona o advogado Bruno Henrique Matos Cangussu. A defesa impetrou um habeas corpus com pedido liminar para que a prisão preventiva fosse revogada, mas a tutela foi indeferida. Por outro lado, o mérito ainda não foi julgado.

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