Jovem que se afogou em Januária é enterrado nesta terça-feira (25) na cidade de Montes Claros


Foi enterrado nesta terça-feira (25), em Montes Claros, o corpo do universitário Samuel Ferreira Rodrigues. O jovem, de 21 anos, se afogou em uma cachoeira no Balneário de Pandeiros, em Januária, enquanto participava de um trabalho de campo junto com outros colegas do curso de geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

No fim da manhã, familiares e amigos do estudante se reuniram na Vila Áurea, na casa em que ele morava com os pais. O cortejo saiu do local, passou pela Escola Estadual Deputado Esteves Rodrigues, instituição na qual Samuel cursou o ensino médio, e também pela Paróquia Santos Reis, onde o rapaz era catequista. Em seguida, o corpo foi levado para o Cemitério do Bonfim.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o afogamento está sendo apurado e que algumas diligências já estão em andamento.

Buscas
O corpo do universitário foi encontrado nessa segunda-feira (24). Segundo as informações do Corpo de Bombeiros, as buscas tiveram início no sábado (22), por volta das 17h, após acionamento pelo telefone 193. Enquanto a equipe realizava varredura submersa no local, o corpo da vítima emergiu na base da queda da cachoeira, a aproximadamente 30 metros do ponto onde os militares estavam.

Um funcionário da base local do Instituto Estadual de Florestas disse aos militares que o estudante estava com um grupo de 30 alunos do curso de geografia da Unimontes, quando viu que um dos colegas que entrou na cachoeira estava se afogando. Samuel teria entrado na água para ajudar, mas submergiu e desapareceu.

Conforme o Corpo de Bombeiros, por questões de segurança, as buscas foram interrompidas durante a noite e madrugada, já que o local apresentava baixa visibilidade, forte correnteza e formações rochosas. A profundidade chegava a alcançar mais de sete metros em alguns pontos.

Versões da universidade e da família
Por meio de nota divulgada em seu site, a Unimontes afirmou que o trabalho de campo “foi realizado mediante planejamento prévio e programado seguindo todos os protocolos previstos, tanto no âmbito didático-pedagógico, quanto logístico e de segurança, configurando uma ação de caráter interdisciplinar que integrava atividades de ensino, pesquisa e extensão com a participação de acadêmicos da graduação e da pós-graduação.

A universidade também destacou que, logo após o desaparecimento, acionou, juntamente com o IEF, o Corpo de Bombeiros e as Polícias Militar e Civil.

“[...] Desde o início, prestou todas as informações necessárias para colaborar com o trabalho de apuração e resgate e contou com a permanente presença dos professores orientadores da atividade. Paralelamente, a Unimontes constituiu e enviou, ainda no sábado, uma equipe multiprofissional, até a residência da família nuclear do estudante para comunicação oficial do ocorrido. No domingo, dia 23/10/2022, as buscas continuaram com o acompanhamento da Universidade e dos familiares in loco. Hoje, dia 24/10/2022, as buscas foram finalizadas, infelizmente, com a confirmação do óbito.”

A instituição ressaltou que a comunidade deve se informar por meio de seus canais oficiais para que não haja reprodução de informações infundadas ou difamatórias.

“Importa também ressaltar que os estudantes e todos aqueles que participavam do Trabalho de Campo não devem ser responsabilizados pelo lamentável fato e irreparável perda, senão após apuração oficial, respeitados os direitos do contraditório e da ampla defesa.”

Por fim, a Unimontes disse que “seguirá amparando os familiares, professores e colegas que se encontram consternados pela vivência de tão traumática experiência.”

Apesar da nota divulgada pela universidade, a prima e advogada da família de Samuel, Jéssica Graziela Rodrigues Pego, afirmou que a família não recebeu versões precisas do que teria causado o afogamento.

Também por meio de nota, ela afirma que o corpo foi encontrado “com uma corda grande de cerca de 10 metros enrolada no entrelaçada na perna e na cintura como se fosse para uma tirolesa. Versão totalmente diferente do que contou a Universidade Unimontes e alguns dos presentes no acidente.”

O Corpo de Bombeiros confirmou que havia uma corda enroscada no jovem, mas afirmou que se trata, possivelmente, de uma corda de marcação, instrumento usado para sinalizar locais de maior profundidade no rio. Outros pedaços de corda e objetos também foram encontrados no local.

Ainda conforme a nota, a família e a advogada pedem “que a universidade seja responsabilizada pela imprudência e negligência de enviar os jovens a um rio sem a presença de uma equipe técnica preparada para prestar socorro em caso de afogamento, a Unimontes não providenciou um salva-vidas para acompanhá-los, e nem ao menos equipamentos de proteção como cordas e boias.”

A advogada ainda ressaltou que a família tem dificuldades em entender porque Samuel pulou para salvar um colega, já que também não sabia nadar.

“O que se pede é uma atenção especial do Ministério Público e da Polícia Civil nesse caso para que seja instaurado um inquérito policial, que todos os envolvidos sejam ouvidos e havendo crime, doloso ou culposo, sejam responsabilizados, cível e criminalmente.”

Jéssica Graziela Rodrigues Pego também destacou na nota que a Unimontes se disponibilizou a dar apoio à família e aos estudantes no local do afogamento, mas que a mãe de Samuel está em estado delicado de saúde, em Montes Claros, precisando de suporte médico e psicológico

“Samuel era um menino muito amado por todos, estudioso e era responsável pelos cuidados de sua mãe, que tem câncer. Ele quem dava banho e a levava às consultas, a família encontra-se inconsolável pela perda de Samuel”, finalizou a nota.

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