Uma bomba que já pode ter explodido: A Mineradora Equinox Gold em Riacho dos Machados e suas barragens de rejeitos




Com as chuvas intensas os gorutubanos começam a lembra da barragem de rejeitos da mineradora em Riacho dos Machados. Sem nem ter sinal de chuva, esse solitário jornalista que escreve esta matéria já vinha questionando sobre a situação deste problema que pode colocar em extinção a Barragem Bico da Pedra.

Sem qualquer qualificação, os politiqueiros que habitam as margens do Gorutuba questionam de vez em quando, e até vão lá fazer visitas e tirar fotos, para mostrar para a população que estão "preocupados". Agora com as chuvas o assunto vem a tona, com os "intelectuais das redes sociais" perguntando sobre a tal barragem de rejeitos.

O único politico que nem deveria se preocupar, mas que já visitou por diversas vezes a mineradora e semanalmente cobra e exige da empresa, é o prefeito de Riacho dos Machados, Ricardo de Minga, o único que de fato faz o dever de casa.

A prefeita de Nova Porteirinha e o Ranzinza de Janaúba nem sabem sequer o nome da mineradora que pode por fim em nosso lago que além de garantir o abastecimento humano das duas cidades, também mantém o Projeto Gorutuba funcionando e gerando mais de 11 mil empregos.

O Legislativo de Janaúba fez um publicação onde afirma que a mineradora disse que está tudo bem, está tudo legal. Claro, estamos falando de ouro, e isso envolve uma multinacional poderosa do Canadá.

O que está visível é fácil dar um parecer, mas será que as lonas que forram o fundo da barragem de rejeitos é 100% segura? Já denunciamos e pedimos que fossem feitas analises independentes da água da barragem e também dos seus afluentes em laboratórios diferentes e sem sequer a mineradora ter conhecimento, para de fato sabermos como está a qualidade da nossa água.

A pergunta que fica é: Pode se confiar em uma mineradora? Em um estado que já teve duas tragédias envolvendo empresas do mesmo seguimento. A Copasa que trata a água e entrega para os gorutubanos a um preço absurdo realmente é de confiança? A Codevasf, através do DIG que administra a Barragem Bico da Pedra, e que só informa o volume da represa, é confiável? Podem me acusar de teórico da conspiração, mas em um país chamado Brasil eu fico com a desconfiança mesmo, e como prefeito de seis em seis meses mandaria fazer analises da água da barragem e a que sai das torneiras da cidade, no mínimo em dois laboratórios de renome nacional.

Pra fechar essa cabulosa matéria que tira o sono de quem ama essa região, nossa reportagem recebeu uma notícia oficiosa de que na região próxima da barragem de rejeitos, os pássaros que bebem da água da nossa represa morrem repentinamente. Pode ser apenas um fenômeno da natureza? Sim! Pode ser também os intrusos que tem suas mansões em torno do lago e suas fossas que contaminam o solo freático? Sim! Mas como bom mineiro, a desconfiança é a garantia da sobrevivência, que se tomem as providencias e tomem atitudes. Por que entrar na mineradora é quase impossível, e analisar e vasculhar totalmente impossível. Abaixo segue um parecer do Instituto Prístinos.

Sobre a barragem de rejeitos em Riacho dos Machados: Instituto Prístinos alerta sobre risco de rompimento

(Por Girleno Alencar) O Instituto Prístinos, contratado para avaliar o projeto ambiental de Riacho dos Machados, indicou que a construção da barragem de rejeitos previa sua construção em material de argila, segundo a pesquisa da professora Patrícia Morais Lima. O relatório mostra que a decisão pela impermeabilização desta barragem não foi unanimidade dos executores da obra, nem do empreendedor e sim resultado dos embates e questionamentos sobre a seguridade da barragem, que por estar em afluente do rio Gorutuba e os riscos de contaminação dos lençóis d’água e da barragem Bico da Pedra, instigou a pressão popular, impulsionando a mineradora a adotar medidas de segurança mais complexas quanto à seguridade desta barragem.

O laudo adverte ainda que a ligação entre as cavas e a barragem é feita através de tubos espessos de material plástico, onde as bombas podem ser usadas para o fluxo de material líquido da cava para a barragem e vice-versa. Os tubos estão colocados diretamente sobre o solo, aparentemente sem fixação adequada, passando próximo das estradas internas e de estruturas do empreendimento.

Este sistema não é seguro, pois a tubulação fica exposta a riscos de colisão, por exemplo, com os veículos que trafegam no empreendimento. Durante as chuvas de novembro/dezembro de 2013 ocorreu uma rápida adição de volume de água na barragem, onde a cota máxima ultrapassou o limite da lona plástica espessa, e, por conseguinte, o material aquoso entrou em contato com o solo/substrato.

Essa situação obrigou a Mineradora de Riacho dos Machados a bombear água da barragem para as cavas com o objetivo de diminuir o volume de água da barragem. Este procedimento também não é seguro, pois caso ocorram chuvas intensas, a velocidade de bombeamento pode não ser capaz de assegurar o fluxo de água em direção às cavas em volume suficiente para que não haja um novo extravasamento. Outras variáveis também podem causar problemas nesse tipo de procedimento, como por exemplo, pane nas bombas, rompimento da tubulação, etc. Uma vez que a barragem está impermeabilizada e não possui vertedouro, surge uma questão fundamental: como o empreendedor pode garantir a segurança dessa estrutura frente aos riscos tanto desse procedimento, diante dos volumes pluviométricos não previstos.

As observações feitas pelo laudo Prístino demonstram irregularidades e cuidados elementares com a estrutura que compõe toda a barragem de rejeitos, evidenciando problemas técnicos que em outra ocasião poderiam passar “despercebidos” pelos responsáveis formais pela fiscalização e executores da obra.

Comentários

  1. Pátria Amada.
    De solos únicos e de riquezas inúmeras, terra que sente as dores provocadas por ações humanas, atividades criminosas que são encobertas pelos muitos (não todos) que deveriam representar a lei e suas instituições.

    Brumadinho chora.
    Polícia Civil identifica mais uma vítima da tragédia da Vale em Brumadinho, onde 270 pessoas morreram. Ontem 29/12/2021 Foi identificada a 264ª vítima, trata-se de Lecilda de Oliveira, que tinha 49 anos à época. A tragédia aconteceu em 25 de janeiro de 2019, e seis pessoas ainda estão desaparecidas.
    Sempre dizem: está tudo dentro das normas. Assim foram muitos pareceres mentirosos, fraudulentos, comprados, feitos por gananciosos que não tem afeto pelo próximo.

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