Porteirinha: Caminhões cobram R$ 300 para travessar carros em enchentes



(R7) Com vários pontos de alagamento causados pelas fortes chuvas que assolam a região, motoristas de caminhões-prancha estão aproveitando para fazer dinheiro. Nesta quarta-feira (28), trabalhadores cobravam até R$ 150 para atravessar os veículos menores entre as áreas de enchentes e deixá-los em “terra firme”.

As interdições dificultam a vida dos moradores e dos viajantes que vão de São Paulo à Bahia. A região é uma das principais portas de acesso ao estado baiano, pela BR-122.

Além das vias, há relatos de casas inundadas. A Defesa Civil ainda calcula quantos foram as famílias desabrigadas ou desalojadas na cidade.

O Rio Salinas, que dá a nome à cidade, subiu de repente. O barco que transportava dois bombeiros que ajudavam no resgate virou dentro do curso d'água. Um dos militares precisou ser socorrido com a ajuda de uma corda, por meio de uma ponte. Por pouco, ele não foi levado pela correnteza. A dupla foi atendida em um hospital da região e passa bem.

Pelo menos dois acidentes com voluntários que usavam jet-skis foram registrados. A água também invadiu um lar de idosos. Os trabalhadores tiveram que correr para evitar tragédias. O fornecimento de água e energia elétrica foi suspenso na cidade. Várias famílias ficaram desabrigadas. O poder público calcula quantos foram atingidos.

O volume de chuva preocupa, também, pelo risco de rompimento de barragens. Em Rio Vermelho, já na divisa com a Bahia, quase 80 famílias vizinhas de uma hidrelétrica foram retiradas após o reservatório atingir o limite da capacidade. Para se evitar problemas, as comportas da estrutura foram abertas, no intuito de escoar o excesso de água. A decisão deixou em alerta as cidades baianas de Itambé, Canavieiras, Mascote e Cândido Sales, devido ao risco de aumento de volume do Rio Pardo, que corta os municípios.

Em Santana do Deserto, na Zona da Mata mineira, área mais próxima da divisa com o Rio de Janeiro, a enxurrada arrastou carros e assustou moradores. Em Juiz de Fora, na mesma região, o vendaval derrubou árvores e postes de energia.

Monitoramento
Procurada, a Defesa Civil Estadual informou que ainda calcula o número de desabrigados e desalojados. A tenente-coronel Glaciele Santos, coordenadora do órgão, destaca que, desde os temporais das últimas semanas, mais de 53 cidades mineiras já tiveram o estado de calamidade por chuva reconhecido tanto pelos governos estadual, quanto federal.

"Isso facilita o recebimento de recursos vindos da União para ações de resposta", pontua. Uma força-tarefa foi montada para enfrentar as medidas relacionadas aos temporais no Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, Zona da Mata e Vale do Mucuri.

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