Prefeito de Cristália, o mais jovem do Brasil, pode ser também o mais novo com o mandato cassado



Uma notícia oficiosa chegou ao nosso jornalismo, mas ainda não foi confirmada oficialmente pela Câmara Municipal de Cristália-MG. O mandato do mais jovem prefeito eleito no Brasil, Jairo Junior, do PDT, que teve 50,51% dos votos totalizando 1.973 votos, pode estar em risco. Isso porque circula nos bastidores do legislativo que há possibilidades de cassação do mandato do jovem gestor de Cristália.

Os motivos não são difíceis de entender, já de cara o prefeito tem minoria na Câmara, e o legislativo incluindo os aliados se encontram insatisfeitos com a gestão do garoto.
Na parte política já falamos da desvantagem numérica e insatisfação, e agora vem a parte jurídica. Entre várias irregularidades, a mais complicada é a de um terreno alugado pela prefeitura que pertence ao tio do prefeito. E ainda mais embaraçada fica a situação de que pagamentos mensais de R$1.200,00 foram feitos para alocação do terreno, sem sequer ser utilizado pelo município ou à comunidade. É interessante salientar que esse terreno sempre foi usado pela prefeitura para os moradores usufruírem plantando hortaliças, verduras e frutas, o que conhecemos como horta comunitária. Mas a partir do momento que Jairo Junio foi eleito prefeito o contrato de locação deveria ser extinto ou então não renovado, já que seu tio é parente de primeiro grau e a lei é clara.
Temos um exemplo onde o Ministério Público solicitou a anulação do contrato de locação justamente por ser tratar de parentes.

MP pede à Justiça anulação da locação de imóvel de parentes do prefeito
O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) solicitou à Justiça a anulação do contrato de locação de imóvel de parentes do prefeito Junynho Martins (PSC) junto à Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves, onde funciona, desde dezembro último, a Secretaria Municipal de Esportes e Cultura, por considerar que o mesmo é lesivo ao patrimônio público e fora firmado com desvio de finalidade.

A Ação Civil Pública foi instaurada pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ribeirão das Neves contra o município de Ribeirão das Neves e os locadores - Gilmar Cláudio da Silva, Deivisson Carlos da Silva e Kátia Silene Alves Guimarães - Gilmar e Deivisson são primos de 1º grau do prefeito Junynho Martins.

A denúncia da locação de imóveis de parentes do prefeito foi feita em primeira mão pelo RibeiraoDasNeves.net em 13 de novembro de 2017. A contratação - feita com dispensa de licitação - custa ao município R$ 11.500 por mês pelos cerca de 280m2 do imóvel situado à Rua Ari Teixeira da Costa, 1099 - em frente à sede da Prefeitura.

Tendo em vista as críticas da mídia e da população com relação ao valor do aluguel, o promotor Peterson Queiroz Araujo, responsável pelo caso, efetuou diligências juntos a corretores imobiliários da região para aferir o valor de mercado de aluguel de imóveis comerciais. Três profissionais especializados avaliaram o valor em torno de R$ 15 o metro quadrado, contra o preço de R$ 40,88 por metro quadrado pagos pelo imóvel em questão, duas vezes e meia acima do mercado. Além disso, o MP verificou que o aluguel de imóveis comerciais vizinhos não passa de R$ 3.200.

Dessa forma, o Ministério Público considerou que o contrato é prejudicial ao patrimônio público e propicia o enriquecimento ilícito dos locadores, primos de Junynho Martins. Pelo parentesco entre os proprietários e o chefe do executivo nevense, o promotor também considerou haver desvio de finalidade do contrato devido ao favorecimento indevido, caracterizando violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade.

O MP também refutou as justificativas de que o imóvel reuniria todos os setores da Secretaria de Esportes e Cultura e de que a localização próxima à Prefeitura seria um facilitador das atividades da pasta, comandada por Erick Fonseca, filho do vereador Lelo (PRTB).

À Justiça, a Promotoria solicitou decisão liminar para desocupação do imóvel no prazo máximo de 60 dias e, ainda, o depósito em juízo da diferença entre o valor da locação e o valor de mercado. Além disso, o promotor pede a fixação de multa diária ao prefeito em caso de descumprimento.

A reportagem aguarda manifestação da Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves sobre o caso.

Voltando a Cristália
E no caso de Cristália a situação ainda fica pior, além de ser parente do chefe do executivo, o município estava pagando por um serviço que não foi entregue. Isso caracteriza a chamada improbidade administrativa.

Outra situação que também chamou a atenção do legislativo de Cristália, foi o fato do prefeito em ano dê pandemia, onde as viagens foram drasticamente reduzidas, ter gasto quase R$40 mil reais em diárias. Esses valores comparados com outros chefes do executivo de cidades maiores, cria uma discrepância. Por exemplo no caso do prefeito de Jaíba que gastou cerca de R$29 mil reais em diárias neste ano, mesmo sendo chefe do executivo do maior projeto irrigado da América Latina, o que exige maior locomoção e articulação e também sendo presidente do Consórcio União da Serra que abriga 15 municípios.

O fato é que as cartas estão na mesa, e o jovem prefeito tem a missão de superar essa crise, pois a relação conturbada com o legislativo gera prejuízo políticos e desgaste para as eleições do ano que vem, que já são um termômetro para saber se Jairo terá possibilidade de uma reeleição.

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