(JP Agora) A morte de uma cachorrinha ocorrida dentro de uma clínica veterinária de João Pinheiro, Noroeste de Minas Gerais, no início de setembro virou briga judicial. Enquanto a clínica cobra indenização por calúnia e difamação, a tutora do animal pleiteia indenização pela morte do animal. A justiça, no entanto, ainda não se manifestou de forma definitiva, mas já deferiu uma liminar para que a cliente não comente o caso nas redes sociais.
O processo envolvendo a morte da cachorrinha foi ajuizado no dia 15 de setembro pela clínica Animed Clínica Veterinária depois que a tutora Iorrana Lobo postou vídeos em suas redes sociais contando sobre o ocorrido e bastante revoltada com a situação.
“Eu acho que eu não deveria deixar de vir aqui alertar vocês. Não estou aqui para difamar o trabalho de ninguém, de maldade nenhuma, mas eu não quero que ninguém passe a dor que eu estou passando nesse momento. Nada vai trazer minha cachorrinha de volta, mas assim, é um alerta mesmo, não levem seus cachorrinhos nessa clínica veterinária que eu estou marcando aqui que vocês vão ficar sem eles. A cirurgiã que se diz cirurgiã nem CRMV tem” disse a tutora Iorrana Lobo no vídeo divulgado à época dos fatos nas redes sociais.
A proprietária da Animed Clínica Veterinária recebeu as críticas como calúnia e difamação, o que motivou o seu ingresso na justiça. Na inicial, o estabelecimento esclarece que a tutora procurou a empresa para que fosse realizado a castração de sua cachorrinha e, infelizmente, durante a anestesia, o animal sofreu queda dos batimentos cardíacos e veio a óbito.
A clínica pontua, ainda, que tudo foi supervisionado pela veterinária responsável pela empresa, pessoa diversa da proprietária da clínica. Assim, por não entender que as acusações de Iorrana são verdadeiras, a Animed pede o pagamento de indenização no importe de R$20.000,00 (vinte mil reais) por danos morais.
Antes da decisão final, a justiça pinheirense deferiu uma medida liminar mandando que os vídeos de Iorrana fossem removidos das redes sociais, assim como proibindo-a de realizar novas publicações no mesmo sentido.
Acusações graves apontam exercício irregular da profissão
Citada, a tutora Iorrana Lobo compareceu ao processo e apresentou sua versão dos fatos, desta vez, para o juiz. Ela confirmou o que havia dito nos vídeos no sentido de que a proprietária da clínica sempre se apresentou a ela como médica veterinária e afirmou que foi a proprietária do estabelecimento que anestesiou sua cachorrinha.
Ainda de acordo com a versão de Iorrana apresentada no processo, a proprietária da clínica Animed não possui registro no CRMV e, por isso, estaria exercendo irregularmente a profissão de médica veterinária.
Cuidados como se filha fosse
Iorrana sustentou seu pedido de indenização no fato de que tratava a pequena Mel como se fosse sua filha, de modo que se sentiu profundamente abalada com a notícia da sua morte. O amor que a tutora tem cachorrinha pode ser constatado por suas redes sociais, onde ela ostenta dezenas de fotos junto com sua companheira.
Em sua defesa, Iorrana afirma que os vídeos que postou foram desabafos sobre o que ela chamou de “maus tratos (…) pois, qualquer atendimento médico veterinário realizado por uma pessoa que não seja veterinário caracteriza maus tratos”.
Assim, a tutora apresentou seu pedido de indenização pautado nos maus tratos que alegou ter ocorrido, pugnando por uma indenização no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais). Uma audiência de conciliação deverá acontecer em breve. Depois, o juiz deverá manifestar sobre o caso. O JP Agora seguirá acompanhando.
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