Montes Claros: Sítio geológico a 8KM do Centro da cidade pode ter certificação pelo Guinness Book
(Manoel Freitas, O Norte) Sítio geológico de importância científica internacional, localizado a oito quilômetros do centro de Montes Claros, pode ter certificação pelo Guinness Book.
Trata-se de espeleotemas denominados “pérolas gigantes”, as maiores do planeta, presentes nos 70 metros iniciais da entrada da Lapa D’Água, que é uma das dezenas de cavernas que integram o Parque Estadual da Lapa Grande, criado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em 2014, com extensão de 15.360 hectares, composto por cerrado e Mata Atlântica, cavernas e mananciais que abastecem mais de 30% da população do município.
Trata-se de espeleotemas denominados “pérolas gigantes”, as maiores do planeta, presentes nos 70 metros iniciais da entrada da Lapa D’Água, que é uma das dezenas de cavernas que integram o Parque Estadual da Lapa Grande, criado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em 2014, com extensão de 15.360 hectares, composto por cerrado e Mata Atlântica, cavernas e mananciais que abastecem mais de 30% da população do município.
O reconhecimento mundial foi consolidado pela publicação da pesquisa “Avaliação e caracterização da Lapa D’Água e suas pérolas gigantes como um geossítio”, iniciada no final da década de 1980 pelo Espeleogrupo Peter Lund, pela Sociedade Excursionista e Espeleológica de Ouro Preto e, mais recentemente, pelo Serviço Geológico do Brasil, Empresa Pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia; bem como pelo Instituto de Geologia da Universidade de São Paulo (USP), com pesquisa em andamento.
O estudo revelou a existência de pérolas gigantes, “raras na literatura espeleológica”, segundo o qual até então tinha sido encontrada “apenas uma única citação de pérolas de 20 cm de diâmetro na caverna de Tham Nam Thieng, Khammouan, na Tailândia”. Na Lapa D’Água, os pesquisadores mediram pérolas com diâmetro de até 27 cm e observaram pérolas com até 32 cm, ou seja, bem maiores que da Tailândia.
IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL
Mais ainda, pela abundância, dimensões atípicas e potenciais para estudos geocronológicos e paleoambientais dessas estruturas, a publicação “propõe que a Lapa D’Água seja considerada um geossítio de importância científica internacional”.
Segundo os pesquisadores, sua relevância científica foi classificada como internacional, e, em relação ao potencial uso educacional e turístico, o geossítio foi classificado como de relevância nacional.
Mais ainda, pela abundância, dimensões atípicas e potenciais para estudos geocronológicos e paleoambientais dessas estruturas, a publicação “propõe que a Lapa D’Água seja considerada um geossítio de importância científica internacional”.
Segundo os pesquisadores, sua relevância científica foi classificada como internacional, e, em relação ao potencial uso educacional e turístico, o geossítio foi classificado como de relevância nacional.
A publicação levou em conta as datações realizadas pelo pesquisador Nicolás Misailidis Stríkis em amostras das pérolas da Lapa D Água, que resultaram na idade de 102 mil anos. Nicolás, que cedeu as imagens que comprovam a datação de pérolas em Montes Claros, é doutor em Geociências pela Universidade de São Paulo (USP), com forte atuação em temas como “a reconstituição paleoclimática de regiões tropicais”.
O documento frisa que “além da sua raridade, como resultado de processo genético único, há também uma relevância científica relacionada ao potencial para reconstrução de parte da história climática dos últimos 100.000 anos do nosso planeta”.
Oito pesquisadores assinam a publicação, José Adilson Dias Cavalcanti e Carlos Schobbenhaus, do Serviço Geológico do Brasil; Cláudio Maurício Teixeira da Silva, Paulo Rodrigo Simões, Milton Pereira Filho e Luciana Vetel Cruz (Sociedade Excursionista e Espeleológica de Ouro Preto; e, igualmente, Eduardo Gomes de Assis e Ronaldo Lucrécio Sarmento, Espeleogrupo Peter Lund e do Instituto Grande Sertão.
IEF celebra descoberta
Através de suas redes sociais, o IEF comemora a publicação do estudo que consolida o reconhecimento científico internacional de geossítio na Lapa D’Água.
Através de suas redes sociais, o IEF comemora a publicação do estudo que consolida o reconhecimento científico internacional de geossítio na Lapa D’Água.
Entretanto, posição oficial do órgão gestor só é emitida pela Assessoria de Comunicação, o que não fez até a publicação dessa edição.
Disse estar apurando a demanda, solicitando ouvir José Adilson Dias Cavalcanti, do Serviço Geológico do Brasil, um dos autores do artigo, que deu informações importantes para geração desse conteúdo.
Por outro lado, no Instagram, a publicação oficial do Parque Estadual da Lapa Grande bateu recorde (11.174 curtidas), dando conta de que “finalmente elas (as pérolas gigantes, com diferentes tonalidades) adquiriram reconhecimento científico internacional”.
Destaca, igualmente, que as pérolas “podem conter informações importantes sobre o paleoclima dessa região do Brasil”, lembrando que “a trilha Lapa D’água é fechada à visitação”, exceção feita à pesquisa.
100 MIL ANOS
A publicação do IEF, com a imagem que comprova sua datação em mais de cem mil anos, mostra em primeiro plano a seção de uma pérola da Lapa D’Água, cedida pelo pesquisador Níicolás Misailidis Strikis.
A publicação do IEF, com a imagem que comprova sua datação em mais de cem mil anos, mostra em primeiro plano a seção de uma pérola da Lapa D’Água, cedida pelo pesquisador Níicolás Misailidis Strikis.
Ela retrata as várias fases de seu crescimento e, na sequencia, detalha a estrutura concêntrica da pérola, “mostrando a diferença entre as camadas mais puras e aquelas ricas em material argiloso”, sendo que “a presença de laminas de argila é sugerida pelas camadas escura”.
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