Prefeito troca 12 mil litros de combustível por votos no Norte de Minas

Empresária Simone Freitas Chaves que, ao lado do marido, foi presa por suspeita de participação
(Hoje em Dia) O prefeito de Olhos D’Água, no Norte de Minas, Antônio Dias Neto (PSDB), é acusado pelo Ministério Público Estadual (MP) de comprar votos para se eleger em 2008, com dinheiro da prefeitura. Na última segunda-feira, a Polícia Federal prendeu seis pessoas acusadas de comandar um esquema de abastecimento de combustível ilícito no município. Entre os detidos está a filha do prefeito, Geiziane Aparecida Dias, que também é secretária de Finanças. O prefeito não foi detido, pois tem foro especial, não podendo ter a prisão decretada pelo juiz de 1ª instância. O rombo aos cofres públicos foi de R$ 1 milhão.
Segundo o MP, Dias Neto comprou votos de potenciais eleitores, abastecendo veículos na véspera da eleição e colocando a fatura na conta da administração. Foram 12 mil litros apenas no dia anterior ao pleito de 2008. “Mesmo antes de assumir a prefeitura, tendo sido eleito em 2008, Antônio Dias Neto já se beneficiava dos relevantes ‘favores’ econômicos que lhe eram prestados pelos donos do Auto Posto Santana”, afirma a Ação Civil Pública, que culminou na operação “Brilhos nos Olhos”. Segundo ela, o “abastecimento de eleitores foi decisivo” nas eleições.
Os promotores e policiais só descobriram a trama eleitoral quando realizaram busca e apreensão na casa do prefeito, em virtude das suspeitas de uso de abastecimento para veículos de terceiros, com dinheiro da público. “Busca e apreensão realizada na residência de Antônio Dias Neto revelou a existência de centenas de “notinhas” de abastecimento, cujas datas são às dos dias que antecederam a eleição, beneficiando centenas de pessoas, configurando conhecida e odiosa prática de “compra de votos” por meio do abastecimento de veículos dos eleitores”, diz o documento a que o Hoje em Dia teve acesso.
Ao Tribunal Regional Eleitoral, Antônio Dias Neto declarou ter gasto apenas R$ 402,63 com combustível. Em 2008, no entanto, foram apreendidas notas de abastecimento, na sede do Autoposto Santana que revelam que o prefeito gastou R$ 24.562. Dias Neto foi afastado do cargo. “As agendas apreendidas na sede do Auto Posto Santana revelam que o então candidato já vinha faturando, ao longo do ano de 2008, por conta do município, excessiva compra de combustível, totalizando, pelo menos, R$24.562,00”, diz o documento. As notas foram pagas após a eleição.
Depois que assumiu a prefeitura, Dias Neto contratou o Autoposto Santana para abastecer os veículos da administração. Mas utilizou do dinheiro da gestão para bancar combustível para carros particulares. Os donos do posto também foram presos, acusados de participar do esquema. Na sede da prefeitura, a informação era a de que o prefeito afastado não estava na cidade. Teria viajado para Belo Horizonte.

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