Ministério Público Federal denuncia Hélio Gordo de novo

A delegada Cynthia D. Nascimento diz que negócios com ágio envolvem empresas 'fantasmas'
Velho conhecido da Polícia Federal (PF) do Norte de Minas, o empresário Hélio Rodrigues Neres, o ‘Hélio Gordo’, foi denunciado, na última quarta-feira (23), pelo Ministério Público Federal (MPF) por desvio de verbas em Glaucilândia e Montes Claros. Apontado como o chefe de uma organização criminosa que atua há mais de 15 anos na região, Hélio Gordo é acusado de criar empresas fantasmas para amealhar contratos superfaturados com prefeituras a partir de licitações públicas forjadas. Suas empresas de fachada forneceriam todo tipo de produto, de equipamentos hospitalares a televisores LCD.
Além de Montes Claros e Glaucilândia, ele operou nas cidades de Salinas, Bocaiúva, Montalvânia, São João das Missões, Várzea da Palma, Itacarambi, Rio Pardo de Minas, Catuti, Miravânia, Matias Cardoso, Rio dos Machados e Padre Carvalho. O esquema de Hélio Gordo foi desmantelado em 2011, durante a operação ‘1655’ da PF, que surgiu a reboque da operação Conto do Vigário. O Hoje em Dia teve acesso aos laudos dos federais. Eles apontam para superfaturamentos de até 1.700%.
Para montar os processos licitatórios e lesar o caixa das prefeituras, o acusado abriu três empresas que, segundo a PF e o MPF, são ‘fantasmas’ e estão registradas em nome da filha, da mulher e de um sócio do empresário, que agiam como ‘laranjas’ dentro do esquema. Trata-se da Comercial Costa Azul Ltda, Dismedic Ltda e Ronnye Petterson Neris - ME. Mas como se tratava de um jogo de cartas marcadas, somente a Comercial Costa Azul abocanhava as licitações das prefeituras.
Em Montes Claros, a PF analisou cinco licitações até agora, sendo quatro na modalidade pregão presencial e uma no padrão dispensa de licitação. De acordo com a documentação, os contratos previam a aquisição de armários de aço, bebedouros inox, painel eletrônico, arquivos, balanças, câmaras digitais, suporte metálico, refrigerador e televisor LCD de 42 polegadas. No entanto, ao analisar as notas de empenho do setor de compras, os federais verificaram um superfaturamento que varia de 11,8 a 287,5%.
Em Glaucilândia, as fraudes nos processos de licitações lesaram recursos destinados à aquisição de produtos médicos e hospitalares. No curso da investigação, os peritos da PF analisaram dezenas de itens e encontraram superfaturamentos na ordem de 663%. Isso ocorreu na compra da unidade de aparelho de pressão infantil, fornecido à prefeitura pela Comercial Costa Azul pelo preço de R$ 120, enquanto no mercado o mesmo produto custa apenas R$ 15,72.
Preso em junho de 2011 pela PF, durante a operação ‘1655’, Gordo foi denunciado um mês antes pelo MPF por peculato, formação de quadrilha, fraude em licitação e falsidade ideológica dentro do inquérito que investigou superfaturamento em contrato de R$ 615 mil com a Prefeitura de São João da Ponte para fornecimento de equipamento hospitalar.



Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

Fonte: Hoje em Dia

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Janaúba: comunicamos o falecimento de Heloísie da Costa Silva

Na zona rural de Curvelo casal é encontrado morto; suspeita é de que o homem assassinou a mulher e se matou

Janaúba: batida entre caminhões na MGC-401 deixa três mortos