Esquema de desvio de dinheiro público envolvia 98 prefeituras

(InterTV) Ao todo, cinco pessoas foram presas durante a Operação Camaro, comandada pela Receita Federal e o Ministério Público, no início da semana no Espírito Santo. São o presidente e quatro consultores do instituto de gestão pública. A empresa se dizia sem fins lucrativos, mas arrecadou mais de R$40 milhões prestando serviços às prefeituras de todo o Brasil. Computadores e documentos recolhidos comprovavam a fraude.
O dinheiro, segundo as investigações, era usado na compra de carros de luxo, apartamentos e viagens internacionais para os sócios, o que é proibido em empresas sem fins lucrativos. Para não levantar suspeitas, alguns desses bens eram comprados em nome da empresa. A fraude começava no contrato entre a empresa e as prefeituras, que muitas vezes eram feitos sem licitação e com pagamento de propina.
A empresa prestava o serviço de consultoria tributária à 98 prefeituras de todo o Brasil. O Espírito Santo seria o estado com mais prefeituras participando do esquema, 33 no total.
No final do ano passado, a empresa capixaba foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara de Ipatinga. Os trabalhos foram iniciados após a suspeita de fraudes em sete itens previstos no contrato da Urbis com a prefeitura da cidade. No relatório final das investigações, apresentado em março deste ano, os vereadores concluíram que cinco dos itens eram irregulares.
O MG Inter TV mostrou o desdobramento das audiências da "CPI da Urbis". Segundo a comissão, a prefeitura teria feito pagamentos irregulares em torno de R$19 milhões à empresa. Até mesmo erros de português semelhantes nos editais das prefeituras de Ipatinga, Teófilo Otoni e Caratinga foram apresentados. O presidente da CPI, Aguinaldo Bicalho, acredita que o relatório final colaborou para as prisões no Espírito Santo.
Para a comissão, membros do governo municipal podem ser indiciados pela Polícia Federal.
O procurador geral do município, Heyder Torre, afirmou que as prisões dos representantes da Urbis não vai afetar a Prefeitura de Ipatinga. Ele disse que, antes do início da CPI, a administração municipal já movia uma ação civil pública pedindo o ressarcimento do contrato com a empresa do Espírito Santo.

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