Na cidade de Manga, no Norte de Minas Gerais, um episódio envolvendo uma parlamentar municipal ganhou destaque e vem repercutindo fortemente entre os moradores. Na noite da última segunda-feira, 23 de junho, a vereadora Jacilene Lopes de Oliveira Lima, mais conhecida como Jácia Lopes, teve seu carro apreendido por agentes de fiscalização de trânsito durante uma operação realizada no município.
Inicialmente, surgiram rumores de que a apreensão teria ocorrido devido ao não pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). No entanto, conforme apurado posteriormente, o motivo real da remoção do veículo foi o não pagamento de uma multa de trânsito no valor de R$ 195,00, aplicada pela MCTrans (Montes Claros Trânsito), na cidade de Montes Claros.
A ação ocorreu durante uma operação conjunta de rotina da Polícia Militar e do Detran-MG, que fiscalizava a regularidade dos veículos em circulação na cidade. Ao abordar o carro da parlamentar, foi constatado o registro da infração não quitada, o que motivou, de acordo com a legislação vigente, a apreensão imediata do automóvel.
A notícia se espalhou rapidamente por redes sociais e grupos de mensagens da cidade, dividindo opiniões. Enquanto apoiadores da vereadora classificaram a medida como “excessiva”, outros moradores defenderam a legalidade da ação e enfatizaram que a lei deve valer para todos, inclusive para os representantes do povo.
“É triste ver isso acontecendo com uma vereadora que muitos admiram, mas a lei tem que valer para todos. Se nós, cidadãos comuns, temos nossos carros apreendidos por multas ou irregularidades, ela também tem que cumprir com seus deveres”, afirmou o comerciante Rogério Matos, morador do bairro São José.
Por outro lado, uma servidora pública e apoiadora da vereadora, que preferiu não se identificar, argumentou que o caso poderia ter sido tratado com mais discrição.
“Poderiam ter notificado primeiro. Isso parece perseguição política. A Jácia é uma mulher de luta, que representa a periferia. Não merecia esse tipo de exposição”, comentou.
O debate cresceu nas redes, levantando discussões sobre a responsabilidade dos agentes públicos, a exemplaridade de políticos no cumprimento da legislação e a relação entre ética, transparência e exercício do mandato. Muitos internautas questionaram se autoridades públicas deveriam ser mais zelosas com suas obrigações legais, justamente por serem referência para a população.
A própria vereadora Jácia Lopes, posteriormente, entrou em contato com a imprensa local para esclarecer os fatos. Em conversa com o site Pablo de Mello Notícias, a parlamentar explicou que a multa foi aplicada em Montes Claros, num momento em que ela passava por dificuldades pessoais, devido à doença da filha, o que a fez perder o prazo de pagamento da infração.
Ela também alegou não ter sido notificada formalmente da cobrança e que a quitação já foi feita, aguardando apenas a regularização no sistema para poder retirar o veículo. “Cumpro meus deveres com responsabilidade. Infelizmente, imprevistos acontecem. Assim que tomei conhecimento, resolvi a situação, pois prezo pelo exemplo que devo dar ao povo que me elegeu”, declarou.
Esse caso se soma a outros episódios que têm ganhado repercussão em cidades de pequeno e médio porte, reforçando a atuação cada vez mais rigorosa dos órgãos de fiscalização quanto ao cumprimento das leis, independentemente do cargo político ocupado. A expectativa da população agora é de que, com os fatos esclarecidos, a vereadora siga com seu trabalho de forma transparente e comprometida, como sempre afirmou fazer.
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