Muniz garante arrecadação extra de R$ 12 milhões com centralização dos negócios no banco espanhol

(Por Luís Cláudio Guedes) Fim do imbróglio entre a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura de Montes Claros em torno do pagamento da folha salarial de cerca de 11 mil servidores do município. A falta de acordo sobre o valor da prestação do serviço dos pagamentos dos servidores durava mais de um ano, período em que a Caixa manteve a prestação do serviço por meio de sucessivas liminares originadas da Prefeitura.
O prefeito Ruy Muniz (PRB) finalmente realizou o leilão para escolha do banco que vai centralizar a movimentação financeira do município. O banco espanhol Santander foi o único a participar do certame e venceu a licitação, realizada na terça-feira (27), com a proposta de pagamento de R$ 12 milhões pelo direito à exclusividade com os negócios da municipalidade, o que inclui o recebimento de impostos e taxas. O Santander será o ‘banco oficial’ do município pelos próximos cinco anos.
A assessoria do prefeito Muniz chegou a estimar em R$ 20 milhões o valor da renovação do contrato, mas aceitou levar por menos porque o negócio da venda de folhas salariais do setor público perdeu muito do seu atrativo desde que o Banco Central determinou que os clientes de banco podem escolher livremente o banco no qual querem receber seus salários. É a chamada portabilidade, que permite ao cliente solicitar gratuitamente ao banco onde a empresa criou a conta-salário, a transferência do dinheiro para o seu banco de preferência.
Em Montes Claros, o Santander ofereceu aos servidores municipais, que, em tese, seriam os verdadeiros donos desses ‘ativos’, pacote de isenção de tarifas que inclui primeira via do cartão magnético, quatro extratos ou saldos impressos, consultas ilimitadas de saldo em conta, duas transferências ou ordem de pagamento por mês, realização de no mínimo quatro saques por evento de crédito.

Balanço
Ruy Muniz faturou quase a metade do que pretendia e os servidores municipais serão compulsoriamente levados para um banco com pouca capilaridade na cidade e, de resto, em território nacional. O Santander, por seu turno, passa a ter acesso ao cadastro de alguns milhares de correntistas, para quem vai tentar vender seguros, previdência, crédito consignado, cartões de crédito e o quase inevitável, em tempos de crise, cheque especial e seus juros estratosféricos. O assunto foi tema de texto no site oficial da Prefeitura de Montes Claros, mas o prefeito não diz onde pretende investir o dinheiro dos espanhóis.

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