Seca chega mais cedo nos municípios próximos à divisa com a Bahia
Mamonas fica no extremo norte de Minas Gerais, há 254km de Montes Claros e 664km da capital, Belo Horizonte. São cerca de sete mil habitantes, a maior parte na zona rural, e a população convive com um problema provocado pela seca, que chegou cedo neste ano.
A principal fonte de água de Mamonas é a barragem do Rio Cabeceiras. Nesta época do ano, em pleno período de chuva, ela deveria estar cheia. O problema é que desde três de janeiro não chove no município e a represa está, praticamente vazia, e a água, de acordo com os moradores, seria imprópria para o consumo.
Seu tião, que vive há 50 anos na região onde a barragem foi construída, disse que nunca presenciou uma situação como esta.
Do que era fonte de vida para toda a comunidade, agora restam somente muita lama, solo rachado e centenas de peixes mortos. A captação da água da barragem foi suspensa há três meses e para conhecer o local onde isso é feito hoje, é preciso pegar a estrada. A vereda Curral Velho, fica em cima da serra, já no município de Gameleiras. Um pequeno riacho e uma grande missão: saciar a sede dos moradores do município.
De acordo com o responsável pelo sistema de abastecimento de água, o exército parou de fazer o serviço e a prefeitura precisou contratar 11 caminhões pipas.
De acordo com ele, o município já enviou à Defesa Civil um pedido para que o estado reconheça a situação de emergência.
A falta de chuva também comprometeu a lavoura. O agricultor, Michael Delano, plantou milho em um hectare e quando mais precisava da chuva, ela falhou.
De acordo com a prefeitura quase metade dos moradores recebe água diretamente dos caminhões pipas e eles não param.
Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com
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