Policial Federal de Montes Claros é preso em operação Glyphosate


(Por Marina Pereira, g1 Grande Minas) A Polícia Federal realiza, nesta quinta-feira (17), a operação Glyphosate de combate a fraudes na liberação de financiamentos do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Um policial federal, lotado na delegacia de Montes Claros, no Norte de Minas , foi preso temporariamente e afastado do exercício da função pública.

Além desse mandado de prisão, foram cumpridos 38 mandados judiciais de sequestro de bens e valores, 35 determinações de intimação e indiciamento e 13 mandados de busca e apreensão. Os mandados de busca foram cumpridos nos municípios de Montes Claros, Uberaba, Virgem da Lapa, Belo Horizonte e em Caldas Novas (GO). A Polícia Federal informou que as fraudes aconteciam no Norte de Minas, a maioria em Montes Claros.

Segundo a PF, as investigações começaram a partir de ocorrências de possíveis fraudes identificadas pelo Banco do Brasil na liberação do programa, que é custeado com recursos federais com taxa de juros subsidiada.

“Apurou-se que foram liberados fraudulentamente, com a anuência de gerentes do Banco do Brasil, cerca de R$ 200 milhões em empréstimos do citado programa para um grupo de empresários, profissionais liberais e servidores públicos. [..] Eles captavam valores que deviam ser direcionados para a plantação de eucalipto e, contrariando as regras do financiamento e a vedação legal, desviavam o recurso aplicando em outros investimentos e bens, inclusive utilizando de pessoas interpostas para ocultar a origem do dinheiro”, explicou a PF por meio de nota.

Em entrevista à Inter TV, o delegado Gilvan de Paula detalhou como o dinheiro desviado era utilizado.

“Esse dinheiro que foi adquirido com a finalidade de ser empregado na produção de eucalipto foi desviado para aquisição de bens, quitação de imóveis, aquisição de planos de capitalização e de previdência privada”.

O delegado esclareceu que a atuação do policial [preso na operação] foi apurada pela Superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte e não deu detalhes sobre como o servidor agia na fraude.

O g1 não conseguiu falar com a defesa do policial, já que o nome dele não foi divulgado. Se algum advogado se manifestar, esta reportagem poderá ser atualizada.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, além dos crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, os alvos também são investigados por falsificação de documento e inserção de dados falsos em sistemas de informações.

O que diz o Banco do Brasil
Em nota, a assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou ao g1 que as investigações iniciaram a partir de apuração interna que detectou irregularidades e disse que a conduta dos funcionários envolvidos é “analisada sob o aspecto disciplinar”.

Leia a nota na íntegra
"O Banco do Brasil, no seu âmbito de atuação, colabora com as autoridades na investigação de fraudes com repasse de subsídios e possui processos estabelecidos para apuração de eventuais falhas em procedimentos internos ou envolvimento de pessoa do seu quadro funcional. O BB informa que as investigações iniciaram a partir de apuração interna, que detectou irregularidades na contratação de operações de crédito, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. A conduta de funcionários do Banco envolvidos em irregularidades é analisada sob o aspecto disciplinar".

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