PETRA AVALIA QUALIDADE DO GÁS

A Petra Energia S/A está investindo, desde novembro de 2010 até o final deste ano, R$ 547 milhões em seu projeto exploratório de gás natural comercializável em seus blocos na bacia do rio São Francisco, no Norte de Minas. Em 14 poços já perfurados, a companhia já encontrou indícios do combustível, mas ainda não determinou o tamanho das reservas e nem a viabilidade econômica para a exploração.
A empresa, sediada no Rio de Janeiro, confirma que os recursos foram direcionados para levantamentos sísmicos e geoquímicos, perfuração, testes, interpretação de dados, consultoria e contratação de equipes especializadas. Sobre os poços, a Petra afirma que o custo médio de cada um varia em torno de RS 10 milhões, mas, em função do conhecimento adquirido com cada perfuração, a companhia deve atingir o custo de R$ 3 milhões por unidade de teste.
A Petra já notificou à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) 13 indícios de hidrocarbonetos em nove poços já perfurados ou em perfuração em Minas Gerais. Em nota, a empresa afirma que “não há como determinar até o momento o tamanho das reservas e se este gás é comercialmente explorável”. “O plano de investimento para o próximo ano ainda está em fase de elaboração”, completa o texto
Os estudos da Petra em território mineiro começaram em novembro de 2010. A companhia fluminense possui 24 blocos exploratórios no Estado, localizados nas regiões Central, Alto São Francisco, Noroeste, Norte e Triângulo Mineiro. Os blocos foram arrematados pela empresa no 7º Leilão da ANP, em outubro de 2005.
Além das áreas no Estado, a Petra possui as seguintes concessões: um bloco na bacia do Amazonas (AM), onde atua como operadora; sete na bacia do Parnaíba (MA), onde a empresa OXG é a operadora; e 21 blocos na bacia do Solimões (AM), onde a empresa HRT é a operadora.
A Petra Energia tem como acionistas a S T R Projetos e Participações S/A e o BTG Pactuai. A companhia do setor energético mantém filiais em Belo Horizonte e São Paulo (SP).

Blocos
Além da empresa, possuem blocos exploratórios em Minas Gerais a Petrobras (seis lotes), a Geobras (nove lotes), a Tarmar Terminais Aeromarítimos (um lote), a Shell (cinco blocos) e o consórcio Cebasf, detentor do direito de exploração de gás natural no Bloco 132 — o consórcio é formado pelo governo de Minas, que, por meio da Companhia de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Codemig), detém 49% de participação na reserva, a Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda (30%), a Delp Engenharia (11%), e a empresa capixaba Imetame (10%).
O bloco sob a tutela do consórcio Cebasf fica em uma área próxima de Morada Nova de Minas (região Central), onde já foram confirmadas que as reservas de gás no local podem chegar a 30 trilhões de pés cúbicos, número mais de cinco vezes maior do que as estimativas iniciais de 5,6 trilhões de pés cúbicos.
O Cebasf já divulgou que apenas em pequena parte (400 quilômetros quadrados) que não chega a 14% do total da área de 2,9 mil quilômetros quadrados deste bloco — apenas um entre os 39 já arrematados —, as reservas chegavam entre 176,5 bilhões e 194,6 bilhões de metros cúbicos.
Em toda a área, a estimativa inicial era de que os depósitos chegavam a 8 milhões de metros cúbicos/dia, mas se eles forem mesmo mais de cinco vezes maiores, só este lote terá capacidade para fornecer mais gás que o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol).
A expectativa é que as reservas de gás natural do subsolo da bacia do rio São Francisco garantam ao Estado passar da condição atual de comprador para fornecedor direto do insumo em cerca de 40 anos. As empresas e consórcios detentores de blocos na região começam a concluir estudos definitivos sobre volume e qualidade do gás da região no final de 2013, segundo informações do governo de Minas.
Caso a expectativa seja confirmada, o gás natural depositado na região pode gerar um faturamento próximo de R$ 4 bilhões por ano para o Estado. Além disso, os royalties gerados com a comercialização do combustível injetariam cerca de R$ 200 milhões anualmente nos cofres estaduais, mais do que a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) rendeu para Minas em 2011 (R$ 181,4 milhões).


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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