Nova Porteirinha (MG) – Em um momento marcado por emoção, ancestralidade e protagonismo social, a comunidade da Colonização II em Nova Porteirinha, vivenciou um dia histórico com a criação da Associação Quilombola Dona Martinha Mendes. A iniciativa marca um passo decisivo rumo ao fortalecimento da identidade, à conquista de direitos e ao reconhecimento oficial de uma comunidade tradicional que carrega em si séculos de resistência, memória e cultura.
A associação nasce como um instrumento legal e coletivo para representar os moradores da comunidade perante o poder público e a sociedade civil, garantindo acesso a políticas públicas específicas, projetos sociais, reconhecimento territorial e a promoção ativa da cultura quilombola, além de fomentar ações em educação, saúde, geração de renda e representatividade política.
Presenças institucionais e apoio governamental
Representando a prefeita de Nova Porteirinha Elbe Brandão, o vice-prefeito Dácio Silveira participou do encontro acompanhado por Diná Costa, secretária extraordinária para o aumento da receita municipal, e Luciene Alencar, secretária de Desenvolvimento Social. A mediação foi conduzida pelo ativista cultural Argentino, com grande participação da comunidade local.
Também estiveram presentes o vereador Marcos Paulo, apoiadores da causa quilombola e familiares de Dona Martinha Mendes Pereira, mulher que dá nome à associação e representa um elo vivo entre o passado ancestral e o presente da luta por direitos.
“Esta associação é mais do que um marco legal. É a materialização de uma luta que vem de gerações, da força da mulher negra, indígena e do povo que construiu esta terra com suor, fé e dignidade”, afirmou Diná Costa, uma das responsáveis por acompanhar os próximos passos da formalização.
Organização e próximos passos
Durante o encontro, foram apresentadas as características históricas e culturais que qualificam o grupo como comunidade quilombola, com base em critérios reconhecidos por órgãos federais e institutos de pesquisa. Também foi realizada a leitura do Estatuto da Associação, discutido coletivamente entre os membros, e formada a diretoria provisória, que conduzirá o processo de regularização da entidade.
A condução dos trabalhos seguirá sob a orientação das secretarias de Desenvolvimento Social e da Receita Municipal, em parceria com órgãos estaduais e federais, fortalecendo os caminhos para a titulação do território, acesso a editais públicos, cursos de capacitação, fomento à agricultura familiar e preservação da identidade cultural quilombola.
O encerramento do encontro foi marcado por uma dinâmica coletiva de mobilização, simbolizando o compromisso de todos com a construção de um futuro mais justo, representativo e enraizado nas origens.
Dona Martinha Mendes: Um Nome, Uma História, Uma Herança Viva
O nome da associação homenageia Dona Martinha Mendes Pereira, mulher de origem indígena e afrodescendente, símbolo da sabedoria popular, da resistência silenciosa e do cuidado coletivo. Sua trajetória representa a história não contada de tantas mulheres negras e quilombolas que sustentaram, com trabalho e coragem, a base da sociedade rural brasileira.
“Dona Martinha é nossa raiz, nossa história viva. Sua memória é um espelho para nossas lutas atuais e um guia para as próximas gerações”, declarou uma das lideranças locais.
Caminhos de reconhecimento e Justiça Social
A criação da Associação Quilombola Dona Martinha Mendes é mais um marco dentro do projeto de desenvolvimento social e humano promovido pela Prefeitura de Nova Porteirinha. Trata-se de uma ação que une o resgate da memória com ações concretas de justiça, inclusão e transformação, reafirmando o compromisso do município com os valores democráticos e com o respeito à diversidade cultural.
Prefeitura de Nova Porteirinha: cuidando da história, promovendo o presente, construindo o futuro.
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