Janaúba (MG) – Nesta sexta-feira, 11 de julho, o Brasil celebrou o Dia do Socorrista, data dedicada àqueles que, muitas vezes longe dos holofotes, dedicam suas vidas a salvar outras. Em meio às homenagens, Janaúba tem um motivo especial para lembrar essa data com emoção, respeito e gratidão: a memória da professora Heley de Abreu Silva Batista, símbolo de bravura, compaixão e entrega.
Em 5 de outubro de 2017, o Brasil parou diante da tragédia que atingiu a Creche Gente Inocente, em Janaúba. Naquele dia, um vigilante ateou fogo na própria escola, matando 14 pessoas — dez delas crianças inocentes. Mas em meio à dor, emergiu a imagem de uma mulher que se tornou sinônimo de heroísmo genuíno: Heley, a professora que salvou dezenas de crianças das chamas, lutou contra o agressor e, mesmo em chamas, voltou à creche mais de uma vez para tentar salvar mais vidas.
Heley teve 90% do corpo queimado. Morreu como morrem os heróis: lutando até o fim, colocando a vida dos outros acima da sua.
Uma socorrista sem uniforme, mas com alma de heroína
Heley não usava colete do SAMU, não era militar ou bombeira. Era professora — uma das profissões mais nobres e, muitas vezes, esquecidas de nossa sociedade. Mas, naquele momento, ela foi tudo isso e mais: uma socorrista da vida, uma muralha entre o terror e a inocência, uma mulher comum que fez o impensável.
O verdadeiro heroísmo não espera aplausos nem audiência. Ele age. Ele se sacrifica. Ele salva. E esse é o sentido profundo do Dia do Socorrista: homenagear homens e mulheres que carregam a coragem no peito e o instinto de proteção nas mãos, muitas vezes anônimos, mas sempre fundamentais.
Heróis que não viralizam, mas salvam
A história de Heley de Abreu se junta à de Sílvio Delmar Hollenbach, o sargento que, em 1977, se jogou no fosso dos ursos no Zoológico de Brasília para salvar uma criança, e de tantos socorristas que diariamente salvam vidas sem ganhar manchetes, curtidas ou contratos.
Como o profissional do SAMU que, recentemente, salvou um bebê de 17 dias engasgado em Piquete (SP), sem fama, sem holofotes — apenas com técnica, presença de espírito e comprometimento com a vida alheia.
Janaúba nunca vai esquecer
Em Janaúba, o nome de Heley está eternizado, não só em ruas, projetos e homenagens oficiais, mas na memória viva de uma cidade que reconhece o valor de quem doa a própria vida pelo próximo.
Neste Dia do Socorrista, o município não poderia deixar de lembrar que, embora muitos heróis passem despercebidos, alguns brilham tão forte que a história não consegue apagar. E é assim que Heley de Abreu Silva Batista permanece: como símbolo de coragem, amor e entrega incondicional.
Valorizar os socorristas é valorizar a vida
Em um tempo onde o raso virou regra e o espetáculo substituiu o valor, que essa data nos lembre do que realmente importa: a coragem silenciosa dos que salvam sem saber quem, nem por quê, apenas porque entendem que toda vida vale a pena.
Heley foi e sempre será o rosto de um Brasil que ainda acredita na humanidade. E é esse exemplo que Janaúba oferece ao país no Dia do Socorrista.
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