Terror em Verdelândia: criança de 4 anos é 'esquecida' dentro de ônibus escolar

Escola municipal Dona Dazinha, Verdelândia.


Como jornalista, tive a oportunidade dê em primeira mão junto com o companheiro José Ambrósio Prates, dar a notícia da tragédia da Creche Gente Inocente, que foi notícia no mundo. Digo de coração aberto que nunca foi e nunca será meu desejo ter que noticiar situações como esta. Como pai, eu simplesmente sou um eterno defensor das crianças e qualquer notícia que envolva os pequenos, me abala muito.

Na noite deste sábado (30), fui surpreendido por uma mensagem de uma mãe indignada, e que imediatamente fiz questão de parar para prestar toda atenção e dedicação, pois se tratava de uma situação que se vivida por mim, não sei se teria tranquilidade para administrar.

Esta mãe que reside na cidade de Verdelândia, de segunda a sexta-feira, confia e entrega nas mãos do motorista e da monitora a vida da sua filha de apenas 4 anos. Uma situação vivida por milhares, talvez milhões de pais e mães brasileiras. Nada fora do comum dentro do contexto de várias cidades em um país de tamanho continental, ter seus filhos transportados por ônibus até chegarem na sua escola, que deveria ser o ponto final, e depois entregues com segurança em casa. Lembrando que todo ônibus escolar tem o motorista e os chamados monitores, que são os responsáveis de conduzir as crianças até a porta em cada ponto de chegada ou partida.

Mas para o desespero desta mãe da cidade de Verdelândia, sua pequena de apenas 4 anos na última quarta-feira (27) não chegou em casa. O transporte escolar passou direto, e não entregou a pequena em casa. Em um ato de angustia, imediatamente os pais fizeram contato com o transporte responsável pela ida e vinda da criança, para saberem porque sua filha não teria sido entregue como de costume em sua casa. E para sofrimento dos responsáveis, foi afirmado que a criança não teria entrado no ônibus. Já em desespero, os pais se deslocaram para a escola, que se encontrava fechada. E até conseguiram fazer contato com a professora da menor, que afirmou ter entregue a pequena para a monitora do ônibus.

Imaginem meus caros leitores, vocês que são pais, o desespero da mãe e do pai desta criança de apenas 4 anos. Uma coisa que parece ser simples, logo começou a se tornar dentro da cabeça desta família um filme de terror. O pai muito atento, conseguiu abordar o ônibus que estava rodando ainda a cidade e entregando as crianças nos seus pontos de descida, insistiu com o motorista para poder entrar no veículo e verificar ele mesmo se sua filha estava lá. Concedida a autorização, o pai entrou e para sua alegria lá estava seu tesouro sentada, calma, sem saber de nada.

As perguntas que ficam são as seguintes: Como uma monitora e o motorista afirmaram categoricamente que a filha do casal não estava no veículo, sendo que a pequena entrou lá colocada pela professora? Se os pais não tivessem a atitude de intervir e procurar pela criança, qual seria o destino final dela? Outros casos como este já aconteceram e ninguém ousou reportar a imprensa? A Prefeitura Municipal de Verdelândia tomará alguma atitude?

Parece simples, mas quando se trata de crianças, todo cuidado ainda é pouco. Para quem vivenciou a tragédia "Gente Inocente", qualquer situação relacionada aos pequenos precisa ser verificada, analisa e questionada.

Leia na sequência o desabafo da mãe:

Minha filha de 4 anos desapareceu no ônibus escolar quando voltava pra casa, na quarta feira

Estava eu e meu marido a espera na frente de casa e o ônibus passou e não parou pra deixar minha filha, foi quando liguei pra monitora do ônibus escolar e a mesma me disse que minha filha não havia vindo no ônibus

Foi quando peguei o carro e fui na escola buscá-la. Mas chegando lá a escola já estava fechada, procurei a professora e ela me afirmou que havia colocado Julia no ônibus. Ela ligou novamente pra monitora do ônibus que voltou a afirmar que Julia não havia embarcado

Entrei em desespero. Liguei para meu marido, que entrou em desespero, pegou nossa outra filha de quase dois meses de vida e desceu correndo pra escola, no caminho encontrou o ônibus, que já havia dados outras viagens nas escolas do município, ele então pediu o motorista pra entrar e verificar lá dentro, foi quando encontrou nossa princesa sentadinha em uma poltrona

Estamos em choque

O medo e a falta de segurança tomou conta de mim, não quero deixar minha filha ir mais a escola, sei que vou mandar sim pra escola, porque é um direito da minha filha e não posso tirar isso dela, mas tá difícil pra nós

Por isso decidi denunciar na mídia, pra que tomem providências e casos semelhantes não aconteçam mais

São nossas crianças, nossos tesouros que confiamos nas mãos da escola

Muita coisa poderia ter acontecido com a minha filha, Deus cuidou dela pra gente e nos entregou bem

 Quando meu marido encontrou nossa filha, a monitora do ônibus já não estava mais lá, ela já havia ido pra casa

A escola é a municipal Dona Dazinha

É inadmissível o que aconteceu

Agora vc imagina só a gente como pai e mãe

Por um momento eu cheguei a pensar que nunca mais iria ver minha filha

Depois que encontrei ela e abracei, fiquei em estado de choque

Faltava 1 dia pra acabar meu resguarde

Eu fiz cirurgia pra ganhar minha bebê e ligadura, o médico me pediu 45 dias de repouso, graças a Deus estava no fim

Olhei minha filha, conversei com ela se alguém tocou nela ou algo do tipo, graças a Deus ela relatou que não

Ela estava tranquila

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