Requeijão de Porteirinha é o melhor do mundo



O requeijão moreno produzido por Everson Pereira, também conhecido pelo apelido de Toko, em Porteirinha, no Norte de Minas, está entre os queijos mais saborosos do mundo. A chancela foi dada pelos jurados do concurso mundial do queijo International Cheese Awards, realizado durante a Expoqueijo Brasil 2021, no início do mês, em Araxá, no Triângulo Mineiro. O Requeijão Moreno Toko conquistou medalha de ouro, na categoria Massa Fundida. A produção teve apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).

Toko comemora o prêmio e viu na conquista mais uma oportunidade de valorizar seu produto, fabricado há oito anos em uma agroindústria de pequeno porte que ele mantém em sua propriedade rural, a três quilômetros do centro urbano de Porteirinha. “Não tenho nem palavras para descrever. É muito bom receber o ouro, ser premiado num concurso internacional, onde têm vários países participando e você está entre os melhores. É um reconhecimento da qualidade do meu requeijão, que foi degustado e aprovado por mestres queijeiros”, destacou.

Everson Pereira é atendido e acompanhado pela Emater-MG desde que resolveu se dedicar à atividade, resgatando um ofício dos bisavós maternos, que, segundo ele, já fabricavam requeijão moreno. A confecção do produto é a realização de um sonho dele e da esposa Mirani Pereira, já que a queijaria conta apenas com a mão de obra do casal.

“Há muito tempo atrás meus bisavós produziam e a gente sempre sonhou resgatar essa cultura. O requeijão moreno é um produto típico na nossa região, do Norte. Minha esposa e eu trabalhamos numa fábrica de requeijão e foi lá que aprendemos a produzir. Então, com muitas dificuldades, conseguimos abrir uma queijaria nossa. Fizemos um bom requeijão, o melhor do mundo”, constatou, orgulhoso.

Modo de produção – O requeijão moreno é um tipo de queijo artesanal feito a partir de leite cru coagulado naturalmente. É obtido da fusão de creme de leite com massa de coalhada sem soro e lavada. Nos meios técnicos, é considerado um queijo de massa fundida.

De consistência firme ou de corte, é comercializado em barras. Como o próprio nome sugere, o requeijão moreno é amarronzado, com tonalidade que pode variar de mais clara a escura, dependendo do tempo de cozimento ou fritura do creme de leite usado para dar o acabamento final.

Desde que abriu sua agroindústria, Everson Pereira vem se capacitando, investindo e melhorando a estrutura da queijaria. Sua produção diária é de 40 quilos de requeijão moreno. O concurso de Araxá não foi o primeiro a premiar o seu trabalho. Em 2019, ele ficou em terceiro lugar, com medalha de bronze, no 5º Prêmio Queijo Brasil, em Florianópolis, Santa Catarina. Seu requeijão pode ser comercializado em toda Minas Gerais, porque possui registro no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) como agroindústria de pequeno porte.

Por enquanto, o requeijão moreno de Everson é comercializado em Montes Claros, Americana, Janaúba, Porteirinha e Belo Horizonte. Mas Toko sonha alto e quer colocar seu produto em todo o mercado brasileiro. Para isso, está em processo de adequação da queijaria para receber o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA).

Tradição – A fabricação do requeijão moreno é uma tradição na região Norte mineira, principalmente em municípios da microrregião da Serra Geral. Também é muito produzido em municípios do Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha, sendo considerado um alimento rico por seu valor nutricional, cultural e gastronômico.

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