Em uma sessão marcada por tensão e embates políticos, realizada na noite desta segunda-feira, 19 de maio, a Câmara Municipal de Vereadores de Janaúba decidiu, por maioria simples, manter em andamento o processo de apuração da denúncia contra o vereador Wiris Carlos Lopes (MDB). A decisão foi tomada por 8 votos a 7, derrubando o parecer da Comissão Processante que recomendava o arquivamento da denúncia.
O processo investiga possíveis irregularidades na concessão de gratificações a servidores comissionados durante o período em que o parlamentar presidiu a Casa Legislativa, em 2024. A denúncia foi protocolada por Gil do Quem Quem (MDB), primeiro suplente do partido, que não participou da votação em razão de sua condição de denunciante, conforme prevê o regimento interno.
Relatório rejeitado e voto de desempate
O relatório da Comissão Processante recomendava o arquivamento da denúncia, alegando supostas falhas na formação da comissão — especificamente um erro na forma de sorteio dos membros. Contudo, o parecer encontrou resistência e a votação terminou empatada em 7 a 7.
Votaram contra o arquivamento: Américo Soares, Augusto Wagner, Samuel Caires, Hugo Caires, Valdeir do Leilão, José Tarcísio e Gilberto Neves. Já os votos a favor foram de Arlindo da Farmácia, Bruno de Cabedal, Lucas Fernandes, Paulinho do DG, Dona Maria Aparecida, João da Ambulância e o suplente Adauri Cordeiro.
O desempate coube ao presidente da Câmara, vereador Sargento Almir, que votou pela continuidade das apurações, mantendo o processo ativo.
Afastamento e composição provisória
Com o andamento do processo, o vereador Wiris Lopes foi afastado temporariamente de suas funções. Em seu lugar, assumiu o segundo suplente do MDB, Adauri Soares Cordeiro, uma vez que o primeiro suplente, Gil do Quem Quem, é o autor da denúncia.
Denúncia e possível impacto eleitoral
A denúncia se refere à concessão de gratificações a servidores comissionados durante o recesso parlamentar e o período eleitoral de 2024. O denunciante questiona se os pagamentos indevidos poderiam ter influenciado na reeleição de Wiris Lopes, que conquistou a segunda vaga do MDB por uma diferença de apenas oito votos sobre Gil.
Durante a sessão, foi citada também a rejeição da prestação de contas da campanha eleitoral de Gil, o que poderia impedir sua posse em caso de afastamento definitivo do vereador titular. Neste cenário, Adauri Cordeiro permaneceria no cargo.
Próximos passos
Com a rejeição do relatório da Comissão Processante, o processo segue para a fase de oitivas, na qual deverão ser ouvidos o denunciante, o vereador denunciado e eventuais testemunhas. O desfecho do caso poderá resultar no arquivamento definitivo, aplicação de sanções ou até na cassação do mandato, a depender das conclusões da comissão e do plenário.
O vereador Wiris Lopes se defende, alegando que agiu com base na legalidade e que as gratificações mencionadas são práticas tradicionais e regulamentadas no âmbito da Câmara Municipal.
A continuidade do caso mantém o ambiente político da cidade em clima de tensão e expectativa, enquanto cresce a cobrança por transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos.
Com informações Oliveira Júnior
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