Projeto prevê soltura de mais de 600 mil peixes nas bacias dos rios Grande, Araguari, Paranaíba, Jequitinhonha e Pardo

Até maio deverão ser soltos mais de 600 mil peixes nas bacias dos rios Grande, Araguari, Paranaíba, Jequitinhonha e Pardo. O objetivo é promover o repovoamento do bioma desses cursos d’água. A iniciativa da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ainda integra um trabalho de pesquisa sobre a eficácia desse trabalho de repovoamento e desenvolve pesquisas que ampliam o conhecimento sobre as práticas de piscicultura e a biologia das espécies. O programa da Cemig subsidia as ações do Programa Peixe Vivo, criado para conservar a fauna de peixes nas bacias hidrográficas onde a Empresa tem usinas. 
Os alevinos de espécies nativas que serão soltos nas bacias serão monitorados pela Cemig. Outra iniciativa da companhia é a criação do Centro de Excelência em Ictiologia de Volta Grande, onde a ideia é transformar o local em referência nacional na gestão de recursos pesqueiros, desenvolvendo e transferindo tecnologia para concessionárias de energia e centros de pesquisa do país. 
 Perfis genéticos. Outra iniciativa é a criação de um banco de DNA para propiciar estudos genéticos do curimbatá ( Prochilodus lineatus ), espécie de peixe utilizada em programas de repovoamento da Cemig. Antes das solturas, serão determinados os perfis genéticos tanto dos reprodutores da Estação Ambiental de Volta Grande quanto dos alevinos liberados nos reservatórios de Jaguara e Volta Grande, por meio do uso de marcadores de DNA. 
Periodicamente, a Empresa coletará peixes nos reservatórios onde ocorreram peixamentos e, comparando-se os seus perfis por meio da análise de DNA, será possível determinar, entre os curimbatás coletados nas represas, quantos são provenientes do repovoamento e quantos são de desovas ocorridas na natureza. Desta forma, será possível identificar a ocorrência ou não de reprodução e analisar os locais de soltura que trouxeram melhores resultados. 
Esta metodologia está sendo utilizada por dois projetos em andamento dentro do âmbito do Programa Peixe Vivo. Um deles conta com investimento de R$ 2 milhões e é realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. Além de marcadores moleculares, este projeto conta, ainda, com uma marcação física inédita no Brasil, já utilizada para estudos com salmões na América do Norte. 
Para o analista de meio ambiente do Programa Peixe Vivo, João de Magalhães Lopes, os estudos são fundamentais para a definição de estratégias mais coerentes para a mitigação de impactos ambientais causados à ictiofauna por usinas hidrelétricas. “Esses planos deverão determinar indicadores ecológicos e genéticos que guiem as atividades de manejo e conservação da ictiofauna nativa, tornando o processo mensurável e passível de adequações e revisões ao longo do tempo”, explica.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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