Montes Claros lidera casos de chikungunya em Minas Gerais



(Por Márcia Vieira, O Norte) Mais de um terço dos casos confirmados de chikungunya em Minas estão em Montes Claros. O índice é alarmante e coloca a cidade em estado de alerta. Até 11 de julho, o município havia registrado 1.426 diagnósticos positivos para a doença, o que equivale a 37,5% do total (3.797) dos confirmados no Estado.

Quando se analisa o número de notificações, de acordo com os boletins epidemiológicos municipal e estadual, a cidade norte-mineira responde por 45,4% dos registros. Uma morte está em investigação – única ocorrência no Estado.

Esses números indicam que os montes-clarenses não podem baixar a guarda no combate ao Aedes aegypti nesse período de estiagem.

Apesar de o índice de infestação por larvas do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya ter caído pela metade no levantamento realizado neste mês em comparação à pesquisa feita em maio – passou de 5,2% para 2,6% – a cidade ainda apresenta risco médio de infestação.

Isso quer dizer que, de cada cem casas monitoradas, de duas a três apresentaram focos do inseto. Agora, portanto, é a hora de fazer a varredura para evitar a eclosão dos ovos quando as chuvas começarem.

O quadro é preocupante porque a chikungunya pode ter recuperação mais lenta do que a dengue e deixar mais sequelas.

VIGILÂNCIA
Apesar da diminuição do nível de infestação, as visitas domiciliares foram intensificadas, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, afirma o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Montes Claros, Geraldo Assis.

O procedimento é focal, com identificação da larva do mosquito para evitar que eles nasçam no ambiente dos imóveis residenciais, comerciais e também em lotes vagos.

“Quando ultrapassa 300 casos por 100 mil habitantes, a gente faz a intervenção com UBV pesado, para evitar o aumento dos casos e fazer o controle para baixar a transmissão da doença”, explica Geraldo.

Segundo ele, o uso dessa metodologia de combate ao mosquito é aprovado apenas em situações mais graves, com regulação pelo Ministério da Saúde, em razão da questão ambiental. “Quando o carro passa, ele atinge também outras espécies de insetos”, afirma.

FOCOS
Novamente os tanques e caixas d’água, tambores, vasos de plantas aquáticas, recipientes de geladeira, pratos de suporte para plantas e bebedouros de animais foram os locais com maior predominância do criadouro. Materiais como pneus, sucata e entulhos também servem de abrigo para o Aedes aegypti depositar os ovos.

Dos 27 bairros com infestação, os maiores índices estão na Vila Tupã (20,83%), Roxo Verde (18,18%) e Vera Cruz (14,28%). Os outros 24 bairros apresentaram índice entre 5,33% e 13,48% de infestação.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Na zona rural de Curvelo casal é encontrado morto; suspeita é de que o homem assassinou a mulher e se matou

Janaúba: batida entre caminhões na MGC-401 deixa três mortos

Em Brasília de Minas, jovem é preso após atear fogo na casa da mãe