Atlético vence o Vasco por 1 a 0 e dispara no topo da tabela

No duelo pela liderança do Campeonato Brasileiro, o Atlético conseguiu vencer o Vasco, neste domingo, diante de um Independência com quase 20 mil atleticanos e se isolou no topo da tabela, abrindo quatro pontos de diferença para o segundo colocado. O Galo superou as dificuldades no campo e fora dele, já que na véspera da partida, vazou uma possível confusão entre Ronaldinho Gaúcho e o presidente Alexandre Kalil, desmentida pelo clube alvinegro.
Na próxima rodada, o Galo pega o xará goianiense fora da casa, na quarta-feira, às 20h30. O Vasco tenta se reabilitar contra o Coritiba, no São Januário, quinta, 21h.

R49 joga
Apesar da polêmica envolvendo o meia Ronaldinho Gaúcho, o jogador foi confirmado no jogo. Nesse sábado, boatos deram conta que R49 havia discutido com Alexandre Kalil em uma reunião do presidente com os jogadores, e estaria cortado. Outra dúvida, o zagueiro Leonardo Silva, com dez pontos no supercílio, por causa de uma cotovelada recebida na partida contra o Coritiba, quinta passada, foi para campo.

O Jogo
Como era de se esperar, a partida começou alucinante, como boa movimentação dos dois times e muita velocidade. Mas o Galo pressionava mais, lançando muitas bolas na área, e com Guilherme se apresentando bem no ataque, dando passes sempre perigosos e infernizando a defesa carioca, além de ajudar na marcação. O Vasco encaixava contra-ataques que ameaçavam o gol alvinegro.
Bernard também dava trabalho, atuando mais centralizado, fechado o jogo no meio, mas o sistema defensivo do Vasco encurtava os espaços e não deixava o Galo penetrar, por isso, o jogo tinha poucas chances claras de gol.
O camisa 11 do Galo, que costuma jogar aberto pela esquerda, teve que voltar mais para buscar o jogo, já que o Vasco estava bastante compacto no meio. Pelo lado direito, Guilherme atuava bem, mas tinha dificuldades de entendimento com Marcos Rocha, que também fechou pelo meio, abrindo mão das jogadas em linha de fundo, que já resultaram em muitos gols em outras partidas.
O Atlético foi melhor no primeiro tempo, com 57% de posse de bola e criando oito chances de gol, sendo cinco com perigo real. O vasco também incomodou, chegando a ameaçar o gol de Victor pelo menos duas vezes. Destaque para o duelo entre Carlos Alberto e Pierre. O meia do Vasco fez ótimo primeiro tempo e foi perseguido pelo volante atleticano.
Pelo lado do time mineiro, Réver foi o nome do primeiro tempo, sendo um leão na defesa e saindo bem para o ataque, em arrancadas rápidas e agudas com a bola dominada.
A bola chegou a balançar as redes na primeira etapa de jogo. O atacante Jô aproveitou rebote do goleiro Fernando Prass, depois de cabeçada de Leonardo Silva, e empurrou para o gol, mas estava em condição de impedimento, assinalado pela arbitragem, aos 39 minutos.
Os jogadores do Galo, assim como o técnico Cuca, reclamaram muita da arbitragem, alegando que faltas favorecendo o time mineiro não eram marcadas. O exemplo mais emblemático foi uma jogada com Bernard, que recebe passe vertical, avançou na cara do gol e caiu. O Atlético pediu falta, quase dentro da área, e expulsão de Auremir.

Segundo tempo
O Vasco voltou com uma alterção: saiu Éder Luiz e entrou o equatoriano Tenório. E com ele, o time da Cola quase abriu o placar, logo com um minuto. O atacante invadiu a área e cruzou para Alecsandro, que não alcançou. A bola passou com perigo na boca do gol de Victor.
O primeiro tempo altamente intenso interferiu no segundo. Os dois times frearam o ritmo e alguns jogadores, como Guilherme, demonstravam cansaço. Com isso, o Vasco conseguia ser mais agressivo, com a entrada de Tenório, que tinha liberdade na frente e bagunçava a defesa do Galo.
O jogo ficou ainda mais acirrado, com o combate concentrado no meio de campo. Até os 15 minutos, o Atlético não conseguiu criar, mas depois, entrou de vez no jogo e exerceu enorme pressão no Vasco. O gol estava amadurecendo.
A blitz atleticana durou dez minutos, até que o placar foi aberto por Jô. Ronaldinho Gaúcho fez grande jogada pela esquerda, cruzou para a área, mas Fernando Prass desviou. No rebote, o atacante do Galo subiu e toco de cabeça no cantinho esquerdo. 1 a 0.
A evolução do Atlético no segundo tempo teve ligação direta com a subida de produção de Ronaldinho Gaúcho. O meia apareceu para o jogo e comandou todas as jogadas ofensivas do Galo, com boa movimentação e passes cheios de categoria, colocando os companheiros na cara do gol a torto e direito.
Depois do gol sofrido, que quebrou a sequência de sete jogos sem ser vazado, o Vasco não se abalou e buscou o empate, chegando com perigo em contra-ataque. Juninho Pernambucano arriscava nas bolas paradas, mas já não tinha o fôlego necessário. O técnico Cuca tratou de reforçar a marcação e colocou o volante Serginho no lugar de Bernard.
Nos minutos finais, Cuca fechou ainda mais o Galo, colocando Richarlyson no lugar de Ronaldinho Gaúcho, que foi o nome do jogo, sobretudo no segundo tempo. E de pensar que, supostamente, o meia teria brigado com Kalil e seria cortado. Sorte dos atleticanos, que R49 não ficou de fora.

Atlético 1 x 0 VascoMotivo: 16ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Público / Renda: 19.650 pagantes / R$ 719.015,00
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP)
Auxiliares: Marcelo Van Gasse e Emerson Augusto de Carvalho
Gol: Jô (24'/2ºT), para o .
Cartões amarelos: Jô e Leonardo Silva, Escudero (ATL); Tenório e Juninho Pernambucano (VAS)

Atlético
Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete, Guilherme (Escudero) e Ronaldinho; Bernard (Serginho) e Jô (Richarlyson)
Técnico: Cuca

Vasco
Fernando Prass, Auremir, Dedé, Douglas e William Matheus; Nilton, Wendel, Juninho Pernambucano e Carlos Alberto (Felipe Bastos); Éder Luis (Tenório) (Willian Barbio) e Alecsandro
Técnico: Cristóvão Borges

Pablo de Melo

pablo-labs@hotmail.com