BANDO FAZ PREFEITO E FAMÍLIA REFÉNS

Em Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, seis homens armados assaltaram a casa do prefeito Carlos Dantez Ferraz de Melo, de 65 anos, e fizeram o político, a mulher dele e a empregada reféns na manhã de anteontem.
O casal e a doméstica Marlúcia Trancoso dos Santos, de 28 anos, só foram libertados após mais de quatro horas de tortura psicológica em uma área de plantação de eucaliptos em Itagimirim, na Bahia. O bando ameaçou jogar álcool e por fogo no prefeito, caso não recebessem o dinheiro guardado na casa, segundo a Polícia Civil.
Os homens fugiram em dois carros, sendo um deles roubado da casa do prefeito. Até a tarde de ontem as polícias da Bahia e de Minas continuavam tentando prendê-los.
Os suspeitos entraram na residência, que fica no centro da cidade, pela casa do vizinho e encontraram a mulher do prefeito, Terezinha Damasceno Melo, de 62 anos, preparando o café da manhã, por volta das 5h30. "Eles renderam a primeira-dama e foram até o quarto acordar o prefeito. A empregada chegou um pouco depois e também foi rendida", contou o soldado Emerson Benfica.
O delegado Helder Carvalhal suspeita que o bando sabia que a casa invadida era do prefeito. "Como a cidade é pequena, creio que eles sabiam de quem era a casa, mas acho que eles esperavam encontrar mais dinheiro", disse. Além de uma caminhonete L200 Triton (avaliada em mais de R$ 100 mil), os suspeitos levaram R$ 1.200 em dinheiro, cartões, joias e celulares.
De acordo com o delegado, os homens tentaram sacar dinheiro em uma agência do Banco do Brasil, mas não tiveram sucesso. Em seguida, eles fugiram e libertaram os reféns a 200 km de Jacinto, em Itagimirim. Com a ajuda de um motorista que passava pela BR-367, o prefeito e as duas mulheres foram socorridos.
De acordo com a nora do prefeito, que pediu para não ser identificada, o casal ainda está muito abalado. "Graças a Deus acabou bem. Agora, a gente só quer esquecer tudo isso", afirmou.
O sequestro do prefeito deixou os moradores da cidade, que tem cerca de 11 mil habitantes, inseguros. Alguns desconfiam que o crime tenha motivação política. O dentista Guilherme Lopes, de 35, contou que Melo sempre foi uma pessoa influente, mesmo antes de ocupar o cargo e que, por isso, era um alvo visado. "Aqui há um fanatismo político muito grande. Se a intenção deles fosse só roubar, como fizeram, por que também sequestraram?", questionou.





Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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