Pizzaria do TJMG manda ao forno a operação “Conto do Vigário”

(Fábio Oliva) Pode acabar em pizza uma das maiores ações de combate à corrupção já realizadas na região Norte de Minas Gerais, a operação “Conto do Vigário”. Os pizzaiolos protagonistas dessa façanha seriam os desembargadores Beatriz Pinheiro Caires, Nelson Missias de Morais e Renato Martins Jacob, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Durante quase dois anos, uma força tarefa formada por representantes do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, serviço de inteligência da Polícia Militar e auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais investigou a ação de suspeitos de envolvimento em fraudes a licitações, desvio e apropriação de recursos públicos, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Dezenas de horas de interceptações telefônicas e de e-mails autorizadas pela justiça, centenas de quilos de documentos e milhares de reais do contribuinte gastos na operação correm o risco de simplesmente não se transformar em nada de efetivo.
Não é à toa que muitos dos envolvidos sempre disseram temer apenas a justiça de 1ª instância, porque na 2ª instância seria mais fácil reverter as decisões de primeiro grau.
A decisão dos ilustres desembargadores da 2ª Câmara Criminal do TJMG deixa a impressão de que todos os profissionais que atuaram na operação “Conto do Vigário” são ineptos, têm raciocínio embotado e discernimento reduzido.
Nem o juiz de direito da Comarca de São Francisco foi poupado. No julgamento de um recurso manejado pela defesa de um dos envolvidos, Wolney Márcio Almeida, o “Marcinho de Sú”, o TJMG decidiu em resumo, que as provas coletadas se mostram suficientes para gerar mera “suspeita”, mas não certeza capaz de manter sua condenação em primeira instância a 30 anos, 10 meses e 6 dias de reclusão em regime fechado.
Resultado do julgamento no TJMG: o acusado foi absolvido do crime de formação de quadrilha, do crime de desvio e apropriação de rendas públicas, do crime de corrupção ativa, do crime de lavagem de dinheiro e colocado em liberdade.
A decisão é unicamente em relação a Wolney Márcio Almeida, o “Marcinho de Sú”, mas serviu para alimentar as esperanças dos advogados de Fabrício Viana de Aquino e Izabel Christina Carvalho Francino, que estão presos em Montes Claros, de também vê-los liberados.
O Ministério Público de Minas Gerais recorreu da decisão.

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