Comunidade rurais sofrem com os efeitos da estiagem

Em algumas regiões do estado a chuva já chegou depois de um longo período de estiagem, provocado pelo veranico. Mas, em algumas cidades como Espinosa no extremo norte, a falta de água ainda é uma dura realidade. No município, apenas dois caminhões pipa fazem a distribuição da água e a quantidade que é insuficiente não chega a todas as comunidades.
O vai e vem da carroça não para. Seu Messias faz pelo menos seis viagens todos os dias para buscar água no poço artesiano da comunidade de Taquaril, distante um quilômetro da casa dele. E o lavrador não está sozinho. O movimento nas estradas é grande. Todos vão em busca da água, e esta, do poço, é salobra, imprópria para o consumo humano. Água potável só uma vez por semana. E para buscar é sempre na velha carroça.
Na volta a mulher do agricultor ajuda a guardar a água. A casa deles fica a cerca de 40 quilômetros de Espinosa. E é na zona rural, onde vivem cerca de 2400 famílias de agricultores familiares, que a situação está pior. Março costuma ser um mês chuvoso, mas a paisagem ressecada mostra que por aqui a chuva está a muito tempo sem cair.
De acordo com o secretário municipal de agricultura Nilson Faber Sepúlveda, o exército fazia a distribuição da água captada em Porteirinha, a mais de 80 quilômetros de Espinosa. Eram usados 14 caminhões na chamada "operação pipa".
Atualmente são apenas dois, mantidos pela prefeitura. E a chegada deles é sempre motivo de alegria para os moradores. Na região de galheiro, próxima da cidade, Dona Carmosina recebeu a água, que é usada para tudo na casa.
O problema é que a água não estaria chegando a todos. Outras áreas distantes da sede do município estariam sem receber os caminhões há muito tempo.
Na barragem do estreito, principal reservatório de Espinosa. O nível da água é crítico. Em um mês onde ela deveria estar quase cheia o que se vê é o retrato da longa estiagem em pleno período de chuva.
Segundo o engenheiro agrônomo do IMA, Instituto Mineiro de Agropecuária, Jean Farley Teixeira Alves é preciso atenção com o gado. Ele fala que existe a possibilidade das criações morrerem.
De acordo o técnico da Emater Jorge Murilo Tolentino com a Emater, grande parte da produção agrícola do município se perdeu.
O representante da comunidade de boi morto, o agricultor Edivar Pereira da Silva teme que os moradores da região possam abandonar o lugar em que nasceram se os reflexos da seca não forem minimizados. E enquanto esta ajuda não vem a população mais carente sofre.
De acordo com a meteorologia pode chover na região nos próximos dias. Outra boa notícia é que segundo a assessoria do exército, o programa de distribuição de água na região que havia sido suspenso, está sendo retomado.



Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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