Estiagem deixa 8 mil flagelados no Norte de Minas

Para piorar a situação da população, que não tem água para beber, caminhões-pipa pararam de circular em janeiro.
O veranico que castiga o Norte de Minas há quase dois meses está deixando
famílias
sem água até para beber. Para piorar a situação, os caminhões-pipa, contratados pelo Ministério da Integração Nacional e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), deixaram de circular em janeiro e não há previsão para o retorno. A agricultura também sente os efeitos da seca. Segundo a Emater, a região já acumula um prejuízo de R$ 132 milhões, valor que poderá aumentar se não chover neste mês de março.
No município de Monte Azul, 3 mil pessoas estão sem água para consumo nas comunidades rurais, segundo relatório do secretário municipal de Agricultura, Valdemir Teixeira Barbosa. Os rios Tremendal e Canabrava, que são os maiores do município, estão “cortados”, sem água. Ele elaborou o decreto de emergência e aguarda a ajuda do governo.
Em Espinosa, na divisa de Minas com a Bahia, o problema atinge 5 mil pessoas. O coordenador municipal de Defesa Civil, Danilo Tolentino Saviola, informou que encaminhou o decreto de emergência antes do Carnaval e, nesta semana, o relatório dos danos causados. Dezessete caminhões-pipa estão parados. Os rios São Domingos e Galheiros estão completamente sem água.
O superintendente regional da Emater – que tem uma estação meteorológica na região –, Ricardo Demichelli, explicou que o veranico preocupa porque não há previsão de chuvas. Segundo ele, em algumas localidades não cai uma gota d´água há mais de 60 dias. “A safra 2011/2012 começou em novembro, com boas chuvas, que estavam dentro das médias históricas. Até o dia 6 de janeiro, foram 880 milímetros de média. A safra deveria acabar em março, com 1.100 milímetros. O grave é, que desde a safra de 2009, o veranico tem aumentado”, destaca.
Nesta safra, o Norte de Minas plantou 203 mil hectares de grãos, com estimativa de colher 504 mil toneladas. Porém, como não choveu em fevereiro, a perda foi de 237 mil toneladas de grãos, segundo a Emater.
Com relação aos caminhões-pipa, Felix Vinicius Medeiros, da Copasa, esclareceu que os contratos foram suspensos em dezembro por causa da chegada das chuvas. Ele lembra que o atendimento é definido pela Cedec. Entretanto, o tenente-coronel Fabiano Vilasboas, secretário-executivo do órgão, informou que depende dos decretos de emergência dos municípios para retomar a operação.
Operação do Ministério da Integração Nacional em parceria com o Exército também está paralisada desde dezembro do ano passado. A assessoria do ministério informou que nenhum município decretou emergência por causa da seca, mas que estuda medidas para socorrer os flagelados.



Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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