Tentativa de feminicídio choca Janaúba: rapaz de 18 anos esfaqueia a própria mãe dentro de casa

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Vítima de 38 anos foi socorrida com múltiplos ferimentos; agressor foi preso em flagrante enquanto tentava fugir Janaúba, no Norte de Minas Gerais, foi palco de um episódio de violência extrema neste fim de semana. Uma mulher de 38 anos foi atacada dentro da própria casa pelo filho, de apenas 18 anos, e sobreviveu após ser esfaqueada diversas vezes. O caso foi registrado como tentativa de feminicídio pela Polícia Militar. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima relatou que estava em casa quando o filho se levantou, foi até a cozinha e retornou com uma faca tipo peixeira. Antes de desferir os golpes, teria dito: “desculpa, mãe”. Em seguida, passou a agredi-la. Ferida, a mulher conseguiu correr até a rua para pedir socorro. Uma vizinha prestou os primeiros atendimentos e acionou a polícia. Testemunhas contaram que o jovem ainda perseguia a mãe, com a arma em mãos, quando foi surpreendido pelos militares. Ele tentou fugir, mas foi contido e preso em flagrante. A faca utilizada no crime ...

TCE suspende licitação do Consórcio União da Serra Geral por suspeitas de irregularidades; prefeito Ricardo de Minga, atual Presidente, enfrenta pressões no órgão

Ricardo de Minga e sua mãe, a ex-prefeita de Riacho dos Machados, Domingas Paz.

Em um duro golpe para projetos de sustentabilidade no Norte de Minas Gerais, a Segunda Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) suspendeu, por unanimidade, na sessão da última terça-feira (9 de setembro de 2025), os efeitos de quatro atas de registro de preços decorrentes de uma licitação polêmica para instalação de sistemas de energia solar fotovoltaica. A decisão afeta diretamente o Consórcio Multifinalitário Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Microrregião da Serra Geral de Minas – União da Serra Geral, atualmente presidido pelo prefeito de Riacho dos Machados, Ricardo Silva Paz, conhecido popularmente como Ricardo de Minga. O consórcio, que reúne prefeituras da região para ações conjuntas em meio ambiente e infraestrutura, vê agora seu plano de reduzir custos energéticos em municípios consorciados paralisado por denúncias de falhas graves no processo de contratação.

O Pregão Eletrônico nº 10/2025, sob o Processo Administrativo nº 16/2025, visava contratar uma empresa especializada em serviços de engenharia para implantar painéis solares de diversas capacidades, atendendo à demanda por energia limpa em cidades como Riacho dos Machados, Janaúba, Serranópolis de Minas e outras da microrregião da Serra Geral. Esses projetos prometiam economia de recursos públicos e contribuição para metas ambientais, como a redução de emissões de carbono na bacia do Rio São Francisco. No entanto, o que era para ser um avanço verde virou alvo de questionamentos judiciais, com acusações de favorecimento e inconsistências que levantam suspeitas de prejuízo ao erário público.

A suspensão foi confirmada pelo conselheiro Gilberto Diniz, relator do caso, que acatou denúncia apresentada pela Freitas e Morais Construtora Ltda., uma das empresas participantes do certame. De acordo com a decisão do TCEMG, o pregoeiro responsável pela licitação inabilitou de forma questionável três concorrentes que ocupavam as posições de 1º, 2º e 3º lugares no Lote 02 – referente a um dos pacotes de instalação solar. Em vez disso, foi declarada vencedora uma empresa que enviou sua documentação para análise apenas dois minutos antes do prazo final, uma manobra que o tribunal considerou “passível de análise mais criteriosa” por potencial violação aos princípios de isonomia e transparência nas compras públicas. “Essa inabilitação arbitrária das líderes no ranking de propostas mais vantajosas para o consórcio não pode ser ignorada”, destacou Diniz em seu voto, enfatizando a necessidade de investigação aprofundada para evitar prejuízos aos cofres municipais.

Outro ponto de irregularidade apontado pelo relator foi uma discrepância gritante nos valores do Lote 03. A Ata da Sessão do Pregão registrou um valor de referência unitário e total que divergia do previsto no Termo de Referência do edital, sem qualquer explicação ou justificativa técnica. Essa falha, segundo o TCEMG, poderia inflar os custos da obra em até valores não especificados publicamente, comprometendo a economicidade do contrato. “Diferenças sem embasamento não são meros erros de digitação; elas demandam escrutínio para proteger o interesse público”, argumentou o conselheiro, reforçando que tais omissões configuram risco de sobrepreço.

Essa é a segunda vez em menos de um ano que o consórcio sob a liderança de Ricardo de Minga enfrenta sanções do TCEMG: em setembro de 2025, o Tribunal Pleno aplicou uma multa de R$ 5 mil ao próprio Ricardo Paz por descumprimento de determinações em outro pregão eletrônico, relacionado à documentação incompleta de uma licitação.

A decisão da Segunda Câmara não só paralisa as atas 13, 14, 15 e 16, mas impõe prazos rigorosos para correção. O consórcio tem até cinco dias úteis para comprovar a publicação da suspensão em veículos oficiais e incluir, no ofício de intimação aos envolvidos, um alerta explícito: o não cumprimento sem justificativa pode resultar em multa pessoal de R$ 5 mil ao responsável, conforme o inciso III do artigo 85 da Lei Complementar nº 102/2008. Essa medida cautelar visa preservar a lisura do processo enquanto o TCEMG aprofunda a apuração, que pode evoluir para extinção total da licitação ou responsabilização de agentes públicos.

O caso expõe vulnerabilidades em consórcios intermunicipais, que, apesar de essenciais para otimizar gastos em regiões carentes como o Norte de Minas Gerais, frequentemente tropeçam em falhas administrativas. Dados do TCEMG revelam que, em 2025, o tribunal já suspendeu ou extinguiu mais de 20 licitações envolvendo consórcios, totalizando valores acima de R$ 460 milhões, por questões semelhantes de transparência e economicidade. Especialistas em direito administrativo consultados pela reportagem alertam que atrasos como esse podem postergar investimentos em energia solar, essenciais para municípios com tarifas elétricas elevadas e orçamentos apertados.

Para a população da microrregião da Serra Geral – que abrange cerca de 16 municípios e mais de 200 mil habitantes –, o impasse representa um revés em meio a desafios como seca prolongada e dependência de fontes energéticas caras. Moradores de Riacho dos Machados, por exemplo, expressaram frustração em redes sociais, cobrando agilidade na resolução. “Precisamos de energia limpa para baixar as contas e proteger o meio ambiente, não de mais burocracia”, comentou um empresário local em postagem recente.

Enquanto o TCEMG avança na análise, o episódio reforça a necessidade de reformas nos processos licitatórios de consórcios, com maior treinamento para pregoeiros e auditorias preventivas. Ricardo de Minga, agora enfrenta o teste de navegar essa crise para restabelecer a credibilidade do União da Serra Geral. A expectativa é que, após os esclarecimentos, o projeto de energia solar retome o trilho, beneficiando não só os consorciados, mas toda a cadeia de desenvolvimento sustentável no Norte mineiro.

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