Em Montalvânia homem é indiciado por crimes sexuais contra 10 meninos; abusos eram filmados e vítimas dopadas, aponta investigação
(Por Marina Pereira e Michelly Oda, g1 Grande Minas) A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou o presidente do Conselho de Segurança (Consep) do município de Montalvânia, no Norte de Minas Gerais, por crimes sexuais praticados contra dez meninos.
O investigado foi preso preventivamente no dia 2 de agosto, conforme noticiou o g1, e permanece no presídio de Manga. Segundo a Polícia Civil, a maioria das vítimas tinha entre 13 e 16 anos, e em alguns casos, os abusos ocorreram até os 18 anos.
Em entrevista coletiva, realizada nesta sexta-feira (25), o delegado Theles Bustorff explicou que o investigado escolhia jovens que viviam em situação de vulnerabilidade social e alguns chegaram a morar na casa dele.
“O investigado se aproveitava dessa vulnerabilidade social para poder atrair as vítimas oferecendo presentes, ajuda. Então, elas acabavam começando a frequentar a casa dele. [...] Quanto mais vulneráveis eram as vítimas, mais violência elas sofriam”.
As investigações apontaram que as vítimas eram dopadas com remédios, embriagadas e algumas faziam uso de drogas.
Em entrevista coletiva, realizada nesta sexta-feira (25), o delegado Theles Bustorff explicou que o investigado escolhia jovens que viviam em situação de vulnerabilidade social e alguns chegaram a morar na casa dele.
“O investigado se aproveitava dessa vulnerabilidade social para poder atrair as vítimas oferecendo presentes, ajuda. Então, elas acabavam começando a frequentar a casa dele. [...] Quanto mais vulneráveis eram as vítimas, mais violência elas sofriam”.
As investigações apontaram que as vítimas eram dopadas com remédios, embriagadas e algumas faziam uso de drogas.
“Uma das vítimas disse que ele usava rivotril, que tinha um vidrinho guardado na geladeira e quando ele queria fazer alguma coisa pegava o vidrinho e dopava a vítima. Além do rivotril, ele tinha costume de embriagar as vítimas. [...] Nós identificamos também que o investigado chegou a oferecer maconha para três vítimas”.
O delegado esclareceu que os abusos eram filmados e as imagens eram usadas como forma de chantagear as vítimas.
O delegado esclareceu que os abusos eram filmados e as imagens eram usadas como forma de chantagear as vítimas.
“Nós tivemos acesso por meio das nuvens digitais dele e localizamos um extenso material de pornografia infanto-juvenil. Tem vídeos das vítimas, fotos e filmagens delas desacordadas no quarto”.
Ainda conforme o delegado, após saber das investigações, o homem “tentou se blindar e aproximou-se de todo o setor da segurança pública de Montalvânia", se tornando presidente do Consep. Antes, ele atuou como orientador social do Cras e agente de saúde.
Ainda conforme o delegado, após saber das investigações, o homem “tentou se blindar e aproximou-se de todo o setor da segurança pública de Montalvânia", se tornando presidente do Consep. Antes, ele atuou como orientador social do Cras e agente de saúde.
Investigação
A investigação teve início quando uma das vítimas procurou à polícia e contou que foi abusada dos 13 aos 18 anos. Atualmente, o jovem está com 21 anos.
A investigação teve início quando uma das vítimas procurou à polícia e contou que foi abusada dos 13 aos 18 anos. Atualmente, o jovem está com 21 anos.
“No caso dessa vítima que denunciou, ele se aproveitou de uma situação na qual o adolescente ficou muito vulnerável e foi chamado para morar com ele. Inicialmente, o investigado dopava o adolescente e ele acordava sentindo dores. Diante disso, começou a achar estranho e quando foi questionar, o investigado mostrou um vídeo que havia feito, praticando os abusos e disse que se ele parasse de frequentar a casa, todo mundo iria saber. [...] Depois que fez essa chantagem, ele começou a praticar os abusos com o menino, já acordado”, disse o delegado Theles Bustorff.
Além dos abusos, o adolescente também foi usado pelo suspeito para trabalhar vendendo salgados nas ruas.
“Ele ficava horas trabalhando e não recebia nenhuma remuneração. Por isso, nós entendemos que nesse caso, ele reduziu a vítima a condição análoga a de escravo”.
Após essa denúncia, foram identificadas mais nove vítimas, mas a Polícia Civil não descarta a possibilidade de existirem mais.
“É muito importante que as demais vítimas que ainda não nos procuraram ou não tomamos conhecimento, nos procure, nos relate. Nós estaremos lá para acolhê-las e para fazer com que esse investigado pague pelo que ele fez”, alertou o delegado.
O g1 procurou o advogado Alano Alves Carneiro, que representava o investigado até a data da prisão, mas ele informou que não está mais no caso e a reportagem não conseguiu identificar quem é o novo defensor.
Em nota, a Prefeitura de Montalvânia informou que “não compactua com quaisquer atos ilícitos envolvendo seus servidores ou quem quer que seja, e que irá aguardar o desenrolar das investigações para tomar as providências necessárias”.
Indiciamento
O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça com o indiciamento do investigado pelos crimes de estupro de vulnerável, estupro, importunação sexual, tráfico de drogas, condição análoga a trabalho escravo e por posse e produção de pornografia infanto-juvenil.
O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça com o indiciamento do investigado pelos crimes de estupro de vulnerável, estupro, importunação sexual, tráfico de drogas, condição análoga a trabalho escravo e por posse e produção de pornografia infanto-juvenil.
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