Crime: rio Itacarambi desviado não deságua no São Francisco

Com água turva e pontos de assoreamento, rio Itacarambi não consegue chegar ao São Francisco
(por Girleno Alencar) O rio Itacarambi está morto em alguns trechos. Essa é a conclusão do diagnóstico técnico feito pelo vice-diretor do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), engenheiro agrícola Flávio Pimenta de Figueiredo. Segundo o estudo, o Itacarambi foi desviado de forma agressiva e não consegue desaguar no rio São Francisco.
O pesquisador propõe ações emergenciais para reverter essa situação. Nesta semana, a Procuradoria da Bacia Hidrográfica do Verde Grande/São Francisco irá entregar o diagnóstico técnico ao Ministério Público (MP).
Figueiredo, que é membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos e Ações Ambientais do Norte de Minas (Niea-NM), que é ligado à Coordenadora Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios Verde Grande e Pardo e visa promover estudos sobre os rios da região, realizou a pesquisa nos últimos três anos. Segundo ele, os exames laboratoriais da água mostram resultados preocupantes para os parâmetros de turbidez, cor aparente, oxigênio e fósforo.
Além do desvio da água, o levantamento aponta a existência de barragens improvisadas, o lançamento de lixo doméstico às margens do leito, o plantio de culturas em áreas de preservação permanente e o uso de técnicas de irrigação inadequadas. Também mostra a destruição da mata ciliar, o assoreamento do rio, a erosão do solo e estradas em péssimo estado de conservação, além da ausência de práticas de conservação.
Segundo o pesquisador, o maior problema, que inclusive está gerando conflitos do uso de água, é o desvio dela para irrigação por superfície. Com eficiência considerada baixa, o sistema é responsável por desperdício de até 60% de água.
Na opinião de Figueiredo, os problemas poderão ficar mais sérios em breve, já que as comunidades que vivem na parte alta do rio utilizam a água de forma irracional, provocando a falta dela nas partes mais baixas do leito. O engenheiro agrícola alerta ainda que o quadro poderá piorar também com o desmatamento, o assoreamento e o fim da matas ciliares.




Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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