América vence com autoridade, elimina Cruzeiro e volta à final após onze anos

Neneca defendeu pênalti de Wellington Paulista
e foi um dos heróis da classificação
A torcida americana está em festa: após onze anos, o Coelho volta à final do Campeonato Mineiro. Um dia antes de completar 100 anos de existência, o América venceu o Cruzeiro por 2 a 1 na noite deste domingo, na Arena do Jacaré, e vai enfrentar o Atlético na decisão.
Victorino (contra), aos 2 minutos, e Wellington Paulista, aos 26, balançaram as redes ainda no primeiro tempo. Paulista, o artilheiro do Mineiro com 11 gols, também foi o vilão. O atacante celeste perdeu um pênalti no início da partida. Nos acréscimos do segundo tempo, Fábio Júnior aproveitou um contra-ataque para matar a partida.
Assim como em 2010, quando parou no Ipatinga nas semifinais, o Cruzeiro fica fora da decisão. A torcida, indignada, se revoltou contra o técnico Vágner Mancini ao fim do jogo e parecia não acreditar na eliminação.

Não faltou emoção no embate entre Raposa e Coelho. Diante de 17.780 pagantes, os times fizeram jus ao título de clássico, que foi marcado por contra-ataques e bolas em profundidade pelas pontas.

Etapa movimentada
O clássico começou quente na Arena do Jacaré. Sob sol forte, no primeiro lance as redes balançaram. Victorino tentou cortar o cruzamento de Rodriguinho e, na dividida com Alessandro, mandou contra o próprio patrimônio.
Três minutos depois, antes de assimilar o gol sofrido, o Cruzeiro perdeu a chance de empatar. Neneca derrubou o lateral esquerdo Everton dentro da área. Na cobrança do pênalti, Wellington Paulista cobrou no canto direito de Neneca, que defendeu. A bola sobrou para Wellington que, com gol livre, isolou.
Sentindo o baque pelo gol sofrido e pelo pênalti perdido, o Cruzeiro viu o América partir para cima. Moisés e Fábio Júnior receberam em liberdade, mas não chutavam com qualidade ou paravam em Fábio.
Somente após 20 minutos o Cruzeiro começou a reagir. Montillo, até então apagado, passou a concentrar as principais jogadas e distribuía com qualidade, para Everton e Diego Renan.
Aos 26, após Diego Renan ganhar de Bryan na entrada da área, a defesa não conseguiu cortar e Wellington Paulista marcou o 11º gol do artilheiro do campeonato.
Depois de muita correria pelas pontas, os times se cansaram e passaram a gastar a posse de bola. Cruzeiro e América foram para o intervalo com o clássico indefinido, mas com o empate favorecendo o Coelho.
Na saída, Roger lamentou o gol sofrido no início. "Viemos de uma sequência em que saímos atrás e depois é complicado buscar. Ainda perdemos o pênalti. Mas empatamos e estamos no jogo", afirmou.


Emoção até o fim
O Cruzeiro começou mais ligado na segunda etapa. Everton, no primeiro lance de perigo, driblou três adversários e foi derrubado na meia lua. Roger, na cobrança de falta, explodiu o travessão.
Com mais chances de gol, o Cruzeiro parava em Neneca. O Coelho passou, então, a aproveitar os contra-golpes. Em duas oportunidades, Alessandro parou nas mãos de Fábio. Cansado, o americano deu lugar a Bruno Meneghel aos 20 minutos.
Vágner Mancini, com pouco tempo para reverter o quadro, arriscou com a entrada do atacante Wallyson no lugar do volante Marcelo Oliveira. Diego Renan deu lugar a Elber, e a Raposa ficou com três atacantes e três armadores de ofício em campo.
Aos 26, Bruno Meneghel e Rodriguinho perderam boas chances debaixo das traves de Fábio. Com o susto, o Cruzeiro acordou. Após rebote de Neneca, Montillo bateu forte, da entrada da área, e parou nas mãos do goleiro americano.
Os últimos dez minutos reservaram muita emoção ao torcedor. Os times esqueceram o empenho tático e partiram para arriscar pela emoção. Roger e Fábio Júnior, entretanto, não conseguiam concluir com qualidade.
Aos 43, um torcedor celeste invadiu o campo e correu em direção a Roger, mas foi contido pelos seguranças.
Aos 46, Fábio Júnior aproveitou o contra-ataque para, livre, tocar no canto e dar números finais ao confronto. O banco de reservas do América explodiu de alegria e nem esperou o fim do jogo para comemorar.
A torcida celeste, atônita, não acreditava no resultado. Fim de jogo e a vitória garante o Coelho na grande decisão.
Desde 2001, o Coelho não chegava à final. Naquele ano, Coelho e Galo decidiram o campeonato, e o América ficou o título.



Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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