Império de Ricardo Teixeira próximo do fim?

Dirigente pode anunciar a saída da entidade que preside desde 1989
Ricardo Teixeira não quis desmentir, até a noite de quarta-feira (15), nenhum dos boatos dos últimos dias sobre a sua eventual saída da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Teixeira, segundo fontes próximas ao dirigente, deve anunciar a sua decisão no Carnaval. Contudo, há rumores de que o cartola anuncie a renúncia nesta quinta-feira, por meio de uma nota no site da entidade que preside há 23 anos. Inclusive, Teixeira teria enviado um comunicado às federações estaduais para anunciar a saída.
Nos bastidores da CBF, a especulação é de que o presidente vai licenciar-se do cargo por pelo menos dois meses, enquanto prepara terreno para a sua sucessão. Não estão descartadas também a renúncia ou até mesmo a sua permanência no trono.
Ricardo Teixeira não revela, nem mesmo a interlocutores mais próximos, qual vai ser a sua decisão. Eles dizem que o dirigente “está silencioso”. Na quarta-feira, ele passou boa parte do dia em sua casa no Rio de Janeiro, longe de assessores.
O afastamento iminente do comando da CBF, sempre segundo fontes próximas ao presidente, não está ligado à série de denúncias por parte da Fifa contra Ricardo Teixeira. Nem mesmo por questões políticas ou judiciais. Até ontem, não havia nenhum processo em andamento contra o presidente da CBF e nenhuma condenação judicial no país.
Seja qual for a decisão, Ricardo Teixeira vai levar em conta o bem-estar de sua família. A sua mulher e a filha de 9 anos já estão morando em Miami há pelo menos 15 dias. Este também seria o destino do dirigente, que está no comando da CBF desde 1989.
A gota d’água para ele mandar a família para Miami foi o constrangimento que a filha passou na escola, no Rio de Janeiro, ao ouvir acusações de corrupção contra o seu pai.
Nos últimos meses, a Polícia Federal tem acompanhado de perto os passos do presidente. As relações com o governo federal também não são boas. A presidente Dilma Rousseff não gostaria que Teixeira permanecesse na presidência do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014.
A saída do COL não seria tão simples assim. Ricardo Teixeira é um dos sócios do comitê e teria de desmanchar a sociedade para que fosse constituída uma nova empresa sem a sua participação.
Apesar dessas implicações jurídicas, o governo federal faz forte pressão pela saída de Teixeira do COL e se manifesta satisfeito com a presença de Ronaldo Fenômeno no comitê.
Com os boatos da saída de Ricardo Teixeira do comando da CBF, os bastidores nas principais federações estudais entraram em ebulição. A Federação Paulista de Futebol (FPF) evita entrar no assunto.
Entre os dirigentes dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, o caso é tratado com muita cautela. Isso porque os cartolas não querem se pronunciar antes da decisão de Ricardo Teixeira.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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