Mais um bebê morre, vítima do caos na saúde em Januária
(por Fábio Oliva) Enquanto a administração municipal se esmera em gastar milhares de reais com propaganda para tentar passar uma imagem que não condiz com a realidade e para controlar parte da mídia, mais uma criança morreu nesta madrugada devido ao caos que impera no setor de saúde em Januária. Por volta da 1h30min, Ângela Farias de Souza, de 16 anos, deu à luz a uma menina com 35 semanas de gestação.
A criança nasceu com insuficiência respiratória e teve seu nome lançado na Central de Regulação de Leitos. Imediatamente a central disponibilizou uma vaga em hospital de Montes Claros, para onde a criança deveria ter sido transferida. Entretanto, a transferência não ocorreu.
De acordo com informações de funcionários do Hospital Municipal de Januária, não havia médico para acompanhar o transporte da criança em ambulância da Prefeitura de Januária até o hospital em Montes Claros. Os funcionários do Hospital Municipal de Januária chegaram a recorrer a uma ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na tentativa de fazer o transporte, mas não foram atendidos porque o veículo estava empenhado em outra ocorrência.
No final da manhã de hoje, Ângela Farias de Souza retornou para casa com o copo do bebe. A diretora do Hospital Municipal de Januária, Dilma Glória, não foi localizada para falar sobre o caso.
Segundo o bando de dados dos Cadernos da Saúde do SUS (http://tabnet.datasus .gov.br/tabdata /cadernos/cadernosmap.htm), que é alimentado com informações fornecidas pela Prefeitura, Januária teria cerca de um médico do SUS para cada mil habitantes. Seriam 71 médicos atendendo pelo SUS na cidade, sendo quatro cirurgiões, cinco anestesistas, 23 clínicos, 13 gineco-obstetras, oito médicos da família, cinco pediatras, um psiquiatra e dois radiologistas. Além disso, existiriam doze cirurgiões dentista, um fonoaudiólogo, um nutricionista, oito farmacêuticos, dois psicólogos. Na área de enfermagem, seriam 73 auxiliares, 30 técnicos e 30 enfermeiros.
Apesar dos números, muitos pacientes continuam sem ser atendidos. O caso de Ângela Farias de Souza não é isolado. Geiciane F. S., professora e empresária conta que no dia 19 de setembro deste ano foi vitima de acidente de trânsito. "Fui atendida no local do acidente pelo SAMU. Prestaram os primeiros socorros e fui levada ao Pronto Socorro. Lá fizeram o raio-X e imobilizaram a minha perna. Me disseram que não podiam fazer nada porque era fratura exposta, a única coisa que poderiam fazer era colocar meu nome na central de leitos e aguardar vaga em Montes Claros", ela diz.
Algumas horas depois, Geiciane foi atendida em Montes claros. A falta de cuidados ágeis, no entanto, poderia ter trazido graves consequências, comenta a acidentada. "O médico que me atendeu lá em Montes Claros disse que o maior risco que eu corria era adquirir uma grave infecção, pois até então não tinha sido feita a limpeza do local fraturado. O correto é que essa limpeza seja feita até no máximo 6 horas após a lesão", ela explica.
Além da falta de atendimento em Januária, Geiciane reclama que um exame feito na cidade não foi encaminhado para Montes Claros. "O hospital de Januária simplesmente sumiu com meu raio-X. Tive que aguardar mais um tempo para que fosse feito outro raio-X [em Montes Claros] e só assim ser internada", afirma. Após internação, Geiciane foi operada. "Hoje estou bem, apesar da revolta", conta ela.
O Secretário de Saúde, André Rocha, não confirma o número de profissionais mencionados nos Cadernos de Saúde do SUS. Também não confirma o número de equipamentos informados pelo IBGE, no site IBGE Cidades: três eletrocardiógrafos, seis aparelhos de raio-X, três mamógrafos, dois equipamentos de hemodiálise, uma ressonância magnética e um tomógrafo. O secretário confirma apenas o número dos eletrocardiógrafos, diz não existir nenhum equipamento de hemodiálise, ressonância magnética ou tomógrafo. Já com relação ao número de mamógrafos e de aparelhos de raio-X, o número real seria de apenas dois para cada equipamento.
A criança nasceu com insuficiência respiratória e teve seu nome lançado na Central de Regulação de Leitos. Imediatamente a central disponibilizou uma vaga em hospital de Montes Claros, para onde a criança deveria ter sido transferida. Entretanto, a transferência não ocorreu.
De acordo com informações de funcionários do Hospital Municipal de Januária, não havia médico para acompanhar o transporte da criança em ambulância da Prefeitura de Januária até o hospital em Montes Claros. Os funcionários do Hospital Municipal de Januária chegaram a recorrer a uma ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na tentativa de fazer o transporte, mas não foram atendidos porque o veículo estava empenhado em outra ocorrência.
No final da manhã de hoje, Ângela Farias de Souza retornou para casa com o copo do bebe. A diretora do Hospital Municipal de Januária, Dilma Glória, não foi localizada para falar sobre o caso.
Segundo o bando de dados dos Cadernos da Saúde do SUS (http://tabnet.datasus .gov.br/tabdata /cadernos/cadernosmap.htm), que é alimentado com informações fornecidas pela Prefeitura, Januária teria cerca de um médico do SUS para cada mil habitantes. Seriam 71 médicos atendendo pelo SUS na cidade, sendo quatro cirurgiões, cinco anestesistas, 23 clínicos, 13 gineco-obstetras, oito médicos da família, cinco pediatras, um psiquiatra e dois radiologistas. Além disso, existiriam doze cirurgiões dentista, um fonoaudiólogo, um nutricionista, oito farmacêuticos, dois psicólogos. Na área de enfermagem, seriam 73 auxiliares, 30 técnicos e 30 enfermeiros.
Apesar dos números, muitos pacientes continuam sem ser atendidos. O caso de Ângela Farias de Souza não é isolado. Geiciane F. S., professora e empresária conta que no dia 19 de setembro deste ano foi vitima de acidente de trânsito. "Fui atendida no local do acidente pelo SAMU. Prestaram os primeiros socorros e fui levada ao Pronto Socorro. Lá fizeram o raio-X e imobilizaram a minha perna. Me disseram que não podiam fazer nada porque era fratura exposta, a única coisa que poderiam fazer era colocar meu nome na central de leitos e aguardar vaga em Montes Claros", ela diz.
Algumas horas depois, Geiciane foi atendida em Montes claros. A falta de cuidados ágeis, no entanto, poderia ter trazido graves consequências, comenta a acidentada. "O médico que me atendeu lá em Montes Claros disse que o maior risco que eu corria era adquirir uma grave infecção, pois até então não tinha sido feita a limpeza do local fraturado. O correto é que essa limpeza seja feita até no máximo 6 horas após a lesão", ela explica.
Além da falta de atendimento em Januária, Geiciane reclama que um exame feito na cidade não foi encaminhado para Montes Claros. "O hospital de Januária simplesmente sumiu com meu raio-X. Tive que aguardar mais um tempo para que fosse feito outro raio-X [em Montes Claros] e só assim ser internada", afirma. Após internação, Geiciane foi operada. "Hoje estou bem, apesar da revolta", conta ela.
O Secretário de Saúde, André Rocha, não confirma o número de profissionais mencionados nos Cadernos de Saúde do SUS. Também não confirma o número de equipamentos informados pelo IBGE, no site IBGE Cidades: três eletrocardiógrafos, seis aparelhos de raio-X, três mamógrafos, dois equipamentos de hemodiálise, uma ressonância magnética e um tomógrafo. O secretário confirma apenas o número dos eletrocardiógrafos, diz não existir nenhum equipamento de hemodiálise, ressonância magnética ou tomógrafo. Já com relação ao número de mamógrafos e de aparelhos de raio-X, o número real seria de apenas dois para cada equipamento.
Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com
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