Cinco pessoas foram presas no Ceará
A cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (MG), foi um dos alvos da operação nacional “Falso Patrono”, deflagrada nesta terça-feira, 1º de julho, contra um grupo criminoso que aplicava golpes em diversos estados se passando por falsos advogados. Um jovem de 23 anos, morador da zona rural de Araçuaí, foi ouvido pela Polícia Civil e teve materiais apreendidos em sua residência.
A ação faz parte de uma investigação de grande escala, conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos do Rio Grande do Sul, com o apoio de mais de 100 policiais civis de Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A operação teve como foco desmantelar uma quadrilha especializada em enganar vítimas com falsas promessas de liberação de precatórios e indenizações.
Segundo as investigações, os criminosos utilizavam informações reais de processos judiciais para dar veracidade aos golpes. Com dados como CPF, número do processo, nomes de partes envolvidas e advogados, os estelionatários se apresentavam como profissionais da área jurídica ou seus assistentes. As vítimas eram induzidas a acreditar que haviam vencido uma ação e, para receber o valor, deveriam pagar antecipadamente custas processuais, impostos ou taxas cartorárias.
Na casa do suspeito em Araçuaí, a polícia apreendeu dois celulares, dois chips, cartões de crédito e um computador, que serão analisados durante as investigações. O jovem foi ouvido e liberado, mas permanece sob investigação. A polícia ainda não revelou como ele foi cooptado pela organização criminosa.
O mandado de busca e apreensão foi expedido pela Justiça do Rio Grande do Sul, estado onde diversas vítimas foram lesadas. A operação também cumpriu sete mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão nos estados citados. Cinco pessoas foram presas no Ceará, incluindo suspeitos de atuar no núcleo financeiro e operacional da fraude.
Um dos principais investigados é um homem de 44 anos, natural de Fortaleza (CE), apontado como responsável por desenvolver os meios tecnológicos usados nos golpes e por controlar os lucros da organização.
Golpes com aparência legítima
Para tornar o golpe mais convincente, os criminosos criavam documentos falsos com logotipos semelhantes aos de escritórios de advocacia e usavam linguagem jurídica elaborada. Em alguns casos, realizavam até chamadas de vídeo, áudios e vídeos personalizados, dificultando a identificação do crime.
As vítimas, muitas vezes idosas ou com processos reais em andamento, transferiam valores via Pix para contas de laranjas. Em um dos casos investigados, uma mulher de Brasília transferiu R$ 35 mil após acreditar que receberia uma indenização judicial.
A Polícia Civil alerta que esse tipo de golpe tem se tornado cada vez mais comum no país, exigindo atenção redobrada da população. A orientação é nunca fazer depósitos sem consultar diretamente o advogado responsável pela causa ou confirmar a veracidade das informações junto ao tribunal por meios oficiais.
A operação segue em andamento, e mais prisões podem ocorrer nos próximos dias. Em Araçuaí, a repercussão do caso acendeu o alerta sobre o alcance das fraudes digitais, mesmo em cidades pequenas e zonas rurais.
Informações Gazeta de Araçuaí
Comentários
Postar um comentário