Norte de Minas cobra recuperação da BR 251

Péssimo estado da rodovia tem causado inúmeros acidentes

O Norte de Minas iniciou na tarde de sexta-feira (6),  mobilização para cobrar a  recuperação e duplicação da BR 251, uma das principais rodovias de Minas Gerais, que está praticamente intransitável no trecho entre Montes Claros a Rodovia Rio-Bahia. A rodovia completa 30 anos de construção e está com a vida útil acabada. As chuvas que ocorrem no Norte de Minas cresceram os buracos na rodovia.
A mobilização iniciada pela Associação dos Municípios do Vale do São Francisco (AMMESF) pretende envolver todas entidades de classes do Norte de Minas, com reunião nesta quarta-feira (11) e protesto, com interdição da rodovia, dia 16. De imediato, esta campanha pretende sensibilizar o Governo para, em caráter emergencial, fazer uma operação Tapa-Buracos e posteriormente, duplicar a rodovia em trechos críticos.
O presidente da AMMESF, Reinaldo Landulfo Teixeira explica que a BR 251 apresenta uma média de 10 mil veículos/dia trafegando no trecho Montes Claros/Rodovia Rio Bahia. Muitos motoristas a usam por entenderem ser a melhor opção  na interligação Nordeste/Sudeste, pois fogem das curvas sinuosas da Rodovia Fernão Dias, além dos pedágios. Uma pesquisa realizada pelo 55º Batalhão do Exército, no período de 23 a 30 de setembro mostrou um fluxo médio de 8.900 veículos/dia.
Desde o mês de agosto que a BR 251 apresentava buracos em alguns trechos. Mas a situação se agravou com a chegada do período chuvoso, a partir de novembro, pois os danos cresceram. O levantamento realizado pela AMMESF no dia 5 de janeiro aponta 34 pontos com buracos que comprometem o fluxo de veículos, sendo oito destes pontos em situação intransitável.
Os levantamentos realizados junto aos moradores das áreas apontam uma queda de no mínimo 30% dos veículos que deixaram de circular pela rodovia por causa da precariedade. Isto equivale a 3.000 veículos e a conseqüência direta é a queda de movimento econômico em toda cadeia produtiva, desde postos de combustíveis, restaurantes, rede hoteleira, borracharias, peças automotivas etc. Muitos motoristas estão desviando para a MGT 122, passando por Janaúba e depois por Guanambi, chegando a Vitória da Conquista. O grave é que a MGT 122 não foi construída para receber este fluxo de veículos de cargas.
O DNIT anunciou para o presidente da AMMESF, Reinaldo Landulfo Teixeira, que tem verbas apenas para tapa-buracos nos trechos Montes Claros-Francisco Sá e Salinas-Rio-Bahia, O trecho Francisco Sá-Salinas, que é o mais crítico, está com a licitação pendente. Porém, o processo de duplicação ainda não foi aprovado pelo DNIT e nem tem perspectivas políticas de ser executado.
AMMESF toma a iniciativa de abrir a mobilização para cobrar uma solução para esta situação. Na terça-feira (4), foi mantido contato com o chefe do DNIT no Norte de Minas, Antônio Péricles Lobo e na sexta-feira (6) com a inspetora Joana Darc Oliveira, chefe da Delegacia da Policia Rodoviária Federal em Montes Claros.
No dia 11, será realizada uma reunião com todas entidades de classes do Norte de Minas, como ACI, Arquidiocese de Montes Claros, CDL, FIEMG-Norte, Adenor, Sindicato do Comércio Varejista, Sociedade Rural, Associação dos Sindicatos Rurais, OAB, Sest/Senat, Sindinor, Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros, Sindicato dos Trabalhadores, AMMESF, AMAMS, AMM-Núcleo Norte de Minas, AVAMS, AVEMSF, Câmara Municipal, Maçonaria, Lions e Rotary para definirem estratégias.
No dia 13, reunião com a Bancada do Norte de Minas, tanto estadual como federal, para reforçar o pedido de ajuda nesta causa. O foco será a bancada federal. No dia 16, o protesto será realizado na BR 251, em frente ao Bonjuá, com duração máxima de duas horas, visando chamar a atenção do Governo Federal e especialmente do DNIT para resolver, em caráter emergencial, a situação dos buracos nos pontos críticos e também implantar o projeto de duplicação da rodovia em trechos mais perigosos.
 
Histórico

A BR 251 foi projetada na década de 70  no Plano Nacional de Estradas Estratégicas do Ministério dos Transportes, como instrumento de escoamento da produção nacional e integração Nordeste/Sudeste. Ela se estende de Ilhéus, no Estado da Bahia até a Chapada dos Guimarães, no Estado de Mato Grosso, atingindo ao todo, os Estados do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia, além do Distrito Federal. O total de sua extensão é de aproximadamente 1515,2 Km
Na verdade, a proposta é dela acabar no Porto de Ilhéus, criando um canal de exportação. Porém, ela está pavimentada apenas até a Rodovia Rio-Bahia, em território mineiro.
No ano de 1982 foi concluída a primeira etapa, no trecho de Montes Claros a Serra de Francisco Sá, com piso abaixo do adequado para o fluxo de veículos e com 47 quilômetros de extensão.
No ano de 1983 a ACI de Montes Claros lançou o projeto Encontro das Estradas, para pavimentação das rodovias BRs 251, 122 e 135, que transformaram o Norte de Minas no segundo maior entroncamento rodoviário do Brasil.
No ano de 1986 foi concluído o segundo trecho da BR 251, de Francisco Sá-Salinas, com 163 quilômetros de extensão, com piso mais adequado ao  verdadeiro tráfego de veículos.
No ano de 1996, no mês de outubro, ocorreu a inauguração do terceiro trecho, de Salinas a Rodovia Rio Bahia, com 153 quilômetros, dentro dos padrões exigidos.

Duplicação

A grande quantidade de acidentes e mortes registrada na BR 251 levou as lideranças do Norte de Minas a reivindicaram a duplicação da rodovia. O DNIT realizou estudos, propondo a duplicação de pistas em alguns pontos que apresentam situação precária. O projeto está na Superintendência do DNIT em Minas Gerais, aguardando posicionamento.
Os dados da PRF mostram que em 2009 foram registrados 349 acidentes na BR 251, com 294 pessoas feridas e 37 mortes. No ano de 2010, foram 542 acidentes, com 353 feridos e 58 mortes. Com a cobrança de pedágios na Fernão Dias, os caminhoneiros migraram para a rodovia e com isto, cresceu a quantidade de acidentes e mortes.

Articulação

A proposta, segundo a AMMESF é que depois do protesto na rodovia, visando  sensibilizar da comunidade e  chamar a atenção do Governo, é pedir uma audiência à Presidente Dilma Rousseff e ao ministro Paulo Sérgio, dos Transportes, quando uma comitiva com todos presidentes das entidades de classe se farão presentes.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

Fonte: O Norte

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