Bocaiuva tem a primeira morte por dengue confirmada neste ano


(Por g1 Grande Minas) A primeira morte por dengue no Norte de Minas Gerais neste ano foi confirmada pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) em Bocaiuva. Pelo Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses, esse é um dos 14 óbitos ocorridos no estado.

O levantamento da SES aponta que a pessoa que faleceu em Bocaiuva é uma mulher que tinha entre 10 e 19 anos. Apesar de ainda não ter recebido comunicação oficial, o secretário de Saúde de Bocaiuva, Renato Teixeira, diz que esse caso provavelmente é do de Danielle Joice Carvalho dos Santos, noticiado pelo g1 no dia 8 desse mês.

Conforme Renato Teixeira, um óbito já foi descartado e outros três que ocorreram na cidade ainda estão em investigação.

Na época do falecimento, o atestado de óbito recebido pela família da jovem já apresentava como causa da morte "dengue grave". Mesmo com o documento, o caso é analisado pela SES. O processo de investigação de uma morte suspeita analisa o histórico de saúde da pessoa antes do adoecimento e os sintomas que ela apresentava antes de falecer. Além disso, é feita coleta de material para exames laboratoriais.

Pelo Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses, Bocaiuva tem 471 casos de dengue.

No início deste mês, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, que abrange Bocaiuva, informou que o município era um dos 14 dos 54 de sua área de abrangência com alta taxa de incidência das doenças relacionadas ao mosquito Aedes aegypti, que é quando são registrados mais de 300 casos por 100 mil habitantes.

Além disso, a SRS destacou que a microrregião de Bocaiuva era a com a situação mais preocupante, já que todas as seis localidades estavam alta taxa de incidência.
  • Olhos D´Água (3.751,16 casos por 100 mil habitantes)
  • Francisco Dumont (3.464,36)
  • Engenheiro Navarro (2.518,10)
  • Bocaiúva (1.790,47)
  • Joaquim Felício (1.141,67)
  • Guaraciama (989,90)

Relembre o caso de Danielle
Danielle Joice Carvalho dos Santos, de 19 anos, morreu em decorrência de dengue grave, apontou o atestado de óbito fornecido à família. A informação foi confirmada pelo g1 com a diretora clínica do Hospital Doutor Gil Alves, onde ela foi atendida.

“Levei minha menina para consultar no hospital de Bocaiuva, cheguei lá, ela tava com 39 graus de febre e a médica só deu um paracetamol e liberou ela pra casa, toda ruim e com febre. Ela ficou ruim e eu voltei com ela pro hospital de Bocaiuva e minha filha veio a falecer", contou Geisa de Jesus Silva Carvalho, mãe de Danielle.

Segundo a mãe, o primeiro atendimento foi no dia 2 de janeiro e o falecimento ocorreu quatro dias depois. A família mora na comunidade Camilo Prates.

Apesar da família questionar o atendimento recebido, a médica e diretora clínica do hospital de Bocaiuva, Gabriella Falcão, falou que ela chegou na unidade com sintomas leves. Como tinha alergia de dipirona, principal medicamento para controle da temperatura nesses casos, recebeu outro remédio. Além disso, foi administrado soro e a paciente passou por exames.

“Após a estabilização e sem critério para internação, liberamos a paciente e demos a orientação que procurasse pela assistência primária para continuar com o monitoramento do quadro de saúde", detalhou.

Já no dia 6, conforme a diretora clínica, a jovem voltou grave ao hospital e o quadro de saúde dela piorou rapidamente, evoluindo para o óbito.

Gabriella Falcão destacou ainda que que casos como o de Danielle são submetidos a uma comissão de investigação de óbito do hospital e ressalta ainda que as informações sobre a morte já estão sendo compartilhadas com o município. Além disso, são fornecidos detalhes para a Superintendência Regional de Saúde.

“Nosso objetivo é analisarmos as medidas que foram tomadas e vermos o que pode ser melhorado. Além disso, tivemos uma reunião com a Vigilância Epidemiológica do Município, que faz o trabalho de combate, com a intenção de alinharmos o serviço prestado pela rede que é responsável pela assistência à população.”

Na época, o secretário de Saúde de Bocaiuva falou ainda que o município adotou medidas preventivas em setembro de 2023, como mutirões de limpeza, visita da equipe de endemias, bloqueio com bombas costas e fumacê.

“Apesar de fazermos um trabalho de conscientização, encontramos situações complicadas ao visitarmos os domicílios. Temos que deixar claro que nenhum esforço vai ser suficiente se o cidadão não nos ajudar, as pessoas precisam contribuir eliminando os focos do mosquito de dentro de seus domicílios.”

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