Brasília de Minas: Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão na casa de advogado investigado por matar mulher

Laureane tinha 34 anos — Foto: Prefeitura de Brasília de Minas/Facebook

(Por Michelly Oda, g1 Grande Minas) A Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de um advogado suspeito de matar uma mulher em Brasília de Minas (MG). O corpo da farmacêutica Laureane dos Santos estava em um chacreamento.

“No último dia 25, o corpo dela foi encontrado em um bairro afastado da cidade e no momento não havia qualquer suspeita de crime. Os policiais encontraram apenas um líquido arroxeado e outro esbranquiçado e suspeitavam tratar-se de vinho e leite condensado", detalhou o delegado Flávio Cavalcante em vídeo divulgado à imprensa.

Apesar de, inicialmente, não haver indícios de assassinato, a perícia da Polícia Civil apontou que a morte da vítima foi causada por asfixia por constrição cervical

“A vítima teve seu pescoço apertado, gerando falta de ar até a morte”, explicou Cavalcante.

A defesa do suspeito afirmou que ele colabora com as investigações desde o início e que teve contato com a vítima pela última vez há mais de um mês.

Identificação do suspeito
De acordo com o delegado, o advogado foi indicado como suspeito no dia em que o corpo da farmacêutica foi encontrado, mas não havia nenhuma prova contra ele, mas após a abertura do inquérito e início dos levantamentos os policiais levantaram informações de que ele poderia estar envolvido no crime.

“No momento do crime, o suspeito apresentou como álibi estar em uma reunião profissional, mas pouco tempo depois ele foi visto comprando quatro cervejas e calibrando o pneu de sua motocicleta em um posto da cidade. Ocorre que nós descobrimos que a reunião que ele alega ter participado, ele saiu dela às 19h. Ele foi para casa, trocou de roupa e se dirigiu a uma sorveteria, onde comprou dois açaís.”

Flávio Cavalcante também ressaltou que outro elemento ajudou a PCMG a identificar o homem como suspeito.

“Nós identificamos uma motocicleta saindo da cidade e o condutor da moto estava com uma camisa azul e uma bermuda preta, mesma vestimenta que o suspeito utilizava na sorveteria. Essa motocicleta levava uma passageira que estava com uma blusa amarela e uma calça jeans clara, mesma vestimenta da vítima no local do crime. A motocicleta seria similar à do suspeito, mas para que não restasse dúvidas em relação a isso, conseguimos identificar a placa do veículo, que foi visto saindo da cidade às 21h em direção ao local do crime e depois retornando às 23h. Nesse retorno o condutor da motocicleta já não estava mais com o passageiro.”

Com o cumprimento do mandado de busca, a PCMG esperava recolher o capacete e o telefone do homem, que não foram encontrados.

“O investigado alegou que ambos os objetos foram perdidos no último fim de semana.”

Ainda no decorrer das investigações, o delegado fala que a Polícia Civil teve informações de que o suspeito comprou venenos em Brasília de Minas na semana anterior ao crime.

“Ele comprou um veneno de rato em uma casa agropecuária da cidade. Sem utilizar esse veneno, procurou por um veneno mais forte, capaz de matar gatos, em outra casa agropecuária. Outro ponto que chamou a atenção nesse fato é que ele apresentou quais seriam os venenos comprados, venenos que ele disse não ter utilizado. Verificamos os frascos comprados juntos às casas e descobrimos através do próprio vendedor que o veneno entregue não seria o mesmo. O entregue era líquido, enquanto o outro, não.”

Próximos passos
Flávio Cavalcante também afirmou que o inquérito deve ser finalizado nos próximos dias e remetidos à Justiça para as demais providências legais.

"A polícia não tem dúvidas com relação à autoria do crime, o que existem agora são diligências a serem executadas para verificar situações especificas, principalmente a presença de qualificadoras, que podem aumentar a pena mínima e máxima do crime", finalizou.

Posicionamento da defesa
Warlem Freire, um dos advogados que defende o investigado, informou que não tem conhecimento dos vídeos mencionados pelo delegado e destacou que pode se manifestar apenas sobre os elementos disponíveis no inquérito.

Reforçou que seu cliente afirma ter tido contato com a vítima pela última vez há mais de um mês e diz ainda que ele colaborou com as investigações desde o início, levando a polícia até sua casa e até a chácara de sua família.

Freire ainda falou que pelo fato de o mandado ter como alvo um advogado, é preciso seguir algumas regras previstas em lei. Por entender que os direitos de seu cliente foram violados, entrou com o pedido de anulação da busca e apreensão.

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