Romeu Zema acaba com as medalhas do Norte de Minas


(Por Girleno Alencar) O governador Romeu Zema decidiu extinguir as Medalhas Maria da Cruz e Matias Cardoso, as únicas existentes no Norte de Minas, em decisão anunciada no sábado, quando mandou extinguir 10 das 11 comendas existentes hoje por lei. Apenas a Medalha da Inconfidência será mantida, ela que é entregue no dia 21 de abril. O argumento para acabar com as honrarias é o alto custo, pois somente em 2018 foram gastos mais de R$3,3 milhões para bancar esses eventos de entrega de 11 medalhas. As medalhas norte-mineiras ficaram em R$277.477 no ano passado. São 24 homenageados, sendo 11 homens e 11 mulheres, com a comenda sendo entregue no dia 8 de dezembro, na cidade de Matias Cardoso.

Desde o ano de 2007 que surgiu o Movimento Catrumano, para reconhecer a cidade de Matias Cardoso como primeiro povoamento de Minas Gerais e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição como a primeira construída em território mineiro. O movimento se contrapôs a Constituição de Minas Gerais, que reconhecia Mariana como a primeira cidade. 

Depois de muita luta, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto que fixa a Medalha de Minas, em Mariana e as Medalhas dos Gerais, em Matias Cardoso. No ano de 2015, uma falha deixou alguns homenageados em medalhas, na cidade de Matias Cardoso, pois se esqueceram de comprar as medalhas. O curioso é que se o governador manter a decisão de acabar com as medalhas, terá que mexer na Constituição.

O Governo de Minas explicou por nota que pretende economizar alguns milhões de reais com o corte de medalhas que tradicionalmente são entregues pelo Estado para homenagear personalidades de diversas áreas, pois somente em 2018, foram gastos mais de R$3,3 milhões para bancar eventos de entrega de 11 medalhas, número de honrarias existentes em Minas conforme lei. O objetivo do governador é propor à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que seja mantida apenas a entrega da Medalha da Inconfidência, que acontece em 21 de abril, em Ouro Preto, a mais alta comenda concedida pelo Governo de Minas. A proposta é que a homenagem deste ano seja feita às Forças Integradas de Segurança, que atuam no socorro e proteção às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho, como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e polícias Militar e Civil.

Esta é mais uma medida da nova gestão para reduzir gastos desnecessários e investir em áreas essenciais, perseguindo sempre o equilíbrio das contas para colocar em dia os compromissos do Estado. “Vamos reconhecer quem merece, economizando o dinheiro que os mineiros pagam em impostos”, afirmou o Governador Romeu Zema.

A honraria que demanda mais recursos é o Dia de Minas, em Mariana, realizada todos os anos em julho. Em 2018, foram gastos R$714 mil com o evento. A segunda que gera mais gastos é a da Inconfidência. No ano passado, o valor pago para a realização do evento foi R$631.959. Em 2016 e 2017, chegou-se a gastar R$1,15 milhão no evento.

O custo com as medalhas oscila: a Medalha Dia de Minas Mariana saiu por R$714.478; a Medalha da Inconfidência por R$631.959; Medalha JK ficou em R$416.067; Medalha Santos Dumont em R$389.399; Medalha Matias Cardoso em R$277.477; Comenda Antônio Secundino em R$175.429; Medalha Chico Xavier em R$137.217; Medalha Teófilo Otoni em R$88.312; Medalha do Mérito da Defesa Civil em R$77.607; Medalha Calmon Barreto em R$37.867 e Medalha do Mérito da Advocacia Geral do Estado em R$1.320.

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