Médicos de Januária paralisam atendimento por falta de pagamento


“Cheguei com minha filha no hospital passando mal, sentindo contração e não conseguimos atendimento. Foi desesperador”, diz a agricultora Sandra Maria Rocha Figueiredo. Ela tentou ser atendida na última quarta-feira (06), no hospital Municipal de Januária (MG), mas foi informada que não tinha médico. “Pra não deixar que a minha filha morresse eu a levei para Brasília de Minas”, conta
O problema da falta de atendimento aconteceu devido a paralisação dos médicos durante todo o dia. Segundo os médico, o atraso nos pagamentos dura já quatro meses. A diretora do Hospital, Dilma Gloria Ferreira dos Santos, afirma que a falta de médico gerou um verdadeiro caos na instituição.
“Foi muito complicado, a maternidade foi o setor mais prejudicado. Muitas grávidas chegaram aqui em busca de atendimento e foram transferidas para outras cidades”, explica.
A diretora afirma também que apenas um médico que já estava de plantão continuou no hospital e atendeu os pacientes que estavam em estado mais grave.
A Secretária de saúde do Município, Rejane Pompeu Mendes, confirmou o atraso nos pagamentos. “Não tivemos como pagar os salários dos médicos porque houve um atraso de repasse de verbas, por parte do governo estadual e também bloqueio do FPM”, justifica.
Rejane informou ainda que o promotor da cidade, Franklin Reginauro Pereira, se reuniu com a classe na noite de quarta-feira e exigiu o retorno dos médicos. “Na reunião, o município comprometeu a pagar os salários atrasados até o dia 20 deste mês”, diz.
A reportagem  esteve no hospital na manhã desta quinta-feira (06) e verificou que o atendimento foi normalizado, mas casos menos graves, como consultas clinicas, estão sendo encaminhadas ao PSF da cidade.
Senhorinha Nunes Costa, de 41 anos, esteve no hospital para mostrar o resultado de um exame e não foi atendida. “Eles me informaram que só vão atender casos de urgência e emergência, agora terei que esperar”, conta.
Poucos pacientes procuraram o hospital nesta quinta-feira (06). Dos 46 leitos disponíveis para internação, apenas seis estavam ocupados.
O médico plantonista, Joel Tarcísio Andrade, trabalhou normalmente nesta quinta-feira. Ele disse que a adesão à paralisação é geral. “Eu só estou trabalhando por respeito ais pacientes e espero que a promessa de pagamento seja realmente cumprida”, diz.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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