Grappa envia representante para encontro estadual de pessoas com HIV/ AIDS em Belo Horizonte

(Por Samuel Nunes) Pela primeira vez na história da AIDS no Norte de Minas o GRAPPA- Grupo de apoio às pessoas portadoras de HIV envia 35 pessoas vivendo com HIV/AIDS de varias cidades da região ao Encontro Estadual de Pessoas vivendo com HIV/AIDS que acontece em Belo Horizonte de 06 a 09 de setembro. Nesse encontro participam três redes sendo: MNCP (Movimento Nacional de Cidadãs Positivas), RNP (Rede Nacional de Pessoas vivendo com HIV/AIDS) e Rede Nacional de Jovens e Adolescentes Vivendo com HIV/AIDS). Tate Viana presidente do Grappa explica que são Jovens, adolescente, idosos e adultos, de vários municípios como: Taiobeiras, São Romão, Brasília de Minas, Januária, Pirapora, Janaúba, São Francisco, Manga, Espinosa, Nova Porteirinha entre outros que estarão representando a região neste encontro.
- São pessoas que o GRAPPA acompanha na suas trajetórias desde então suas descobertas HIV+. Para estas pessoas este encontro marca a compreensão da AIDS nestes anos todos. Queremos que nosso usuário tenha o poder, poder de compreender, poder se informar e de lutar contra uma AIDS que discrimina e que infelizmente ainda exclui, conta.
Segundo ela para a história do GRAPPA, esta participação marca profundamente os 20 anos na luta contra AIDS que esta instituição completa neste ano. Revela que a luta é diária para ajudar as pessoas e famílias atingidas por esse vírus que envolve muito mais do que a ajuda física, envolve a oportunidade de alimentar o corpo e garantir que os afetados tenham acesso ao tratamento.
- Trabalhamos com o espírito, com ânimos e com a esperança de uma vida digna que é direito de cada pessoa que entra pelas portas do GRAPPA.
O trabalho da instituição envolve também o acesso à informação e prevenção oferecido a toda sociedade. Estamos nesta luta empenhando diariamente as nossas energias e continuamos a perceber nitidamente atos de discriminações tanto coletivas como individuais, públicos ou privados.

Impactos

Tate Viana lembra que um dos impactos mais graves do preconceito é a violação de direitos, que pode restringir severamente a qualidade de vida de pessoas com soro positividade para o vírus HIV.
Ela questiona: - Será que a Epidemia de Preconceito, de Discriminação de Conservadorismo e a demagogia continuarão sendo maior que a própria Epidemia do HIV e das outras doenças de fundo sexual?
Adverte que se a Sociedade Civil não arregaçar as mangas, falar, exigir, sugerir e protestar a situação poderá se agravar ainda mais.
- Hoje a AIDS não é uma doença exclusiva de usuários de drogas, gays, travestis e prostitutas, a AIDS é uma doença que não escolhe cor, sexo, idade, condição social, religião. Ela esta presente em centenas de lares inclusive entre pessoas que não se sentem em risco. A sociedade civil aqui representada pela casa de apoio GRAPPA, apesar de pouca especialização profissional, tem como ofício acolher a dor e o sofrimento dos pacientes que aqui vem, com todas as questões que os cercam, relata.
Salienta que há 20 anos esta entidade luta por um processo aberto e flexível de prevenção. Segundo ela ao longo dos últimos anos, uma população de mais de 600 portadores têm vindo a sede do Grappa, em busca de todo tipo de apoio.
- É importante arrebatar crianças que se contaminaram por via vertical e estão crescendo e estão sofrendo aqui e em varias cidades do Norte de Minas, estão desoladas, a maioria desamparada e são crianças sem culpa e sem noção do que a AIDS vai representar no seu futuro. Enfim, é importante que a sociedade como um todo, seja parceira por entender que chega de sermos conhecidos como pobres, coitadinhos, campeões de prostituição infantil, currais eleitoreiros ou o norte atrasado, conclui.



Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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