Trabalhava em Unaí: juíza que se recusou a voltar ao trabalho presencial e fez postagens atacando STF é aposentada compulsoriamente
(Por g1 Grande Minas) O Tribunal de Justiça de Minas Gerais aposentou compulsoriamente a juíza Ludmila Lins Grilo do cargo em que ocupava na Vara Criminal e da Infância e da Juventude de Unaí (MG).
A magistrada já estava afastada de suas funções desde fevereiro deste ano, quando o Conselho Nacional de Justiça abriu duas investigações contra ela, uma por se recusar a voltar ao trabalho presencial mesmo sem autorização e outro por postagens feitas em redes sociais com ataques ao Judiciário.
No ato, publicado nesta quinta-feira (25), fica determinado que a juíza receberá proventos proporcionais ao seu tempo de contribuição. O g1 não conseguiu localizar a juíza.
Postagens
Entre as postagens apontadas como irregulares estão:
Postagens
Entre as postagens apontadas como irregulares estão:
▶️ Redes sociais: a juíza compartilhou nas redes sociais texto intitulado “os perseguidores-gerais da República do Brasil”. No início da matéria aparece uma montagem com as fotos de Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
▶️ Lira e Fux: a AMB publicou nas redes sociais uma nota em apoio ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ao então presidente do STF, Luiz Fux, que falaram contra atos e discursos autoritários por ocasião do 7 de setembro. Ludmila respondeu a publicação com críticas ao inquérito das fake news: “ato autoritário é juiz abrir inquérito e figurar como vítima, investigador e julgador ao mesmo tempo”.
▶️ Justiça Eleitoral: publicação em rede social criticando o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná de cumprimento de busca e apreensão contra um candidato ao Senado pelo estado.
▶️ 'Carguinho': em publicação nas redes sociais, Ludmila se referiu ao posto de juíza como “carguinho”, o que foi entendido pelos conselheiros como uma forma de gerar desconfiança contra a magistratura.
“Diante do poder de influência das mídias sociais, em um momento como o presente, em que se reafirmam os pilares da democracia, toda conduta que possa representar a violação de princípios éticos claramente estabelecidos deve ser coibida”, afirmou o o corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão ao votar pela abertura do processo administrativo e pelo afastamento da juíza.
Na mesma ocasião, após sindicâncias apontarem problemas na gestão da magistrada, Salomão determinou a realização de inspeção extraordinária na comarca.
Recusa ao trabalho presencial
Sobre a recusa da juíza ao trabalho presencial sem autorização, o corregedor afirmou que ela "não cumpre seus deveres básicos", já que estava "negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de seus subordinados”.
Sobre a recusa da juíza ao trabalho presencial sem autorização, o corregedor afirmou que ela "não cumpre seus deveres básicos", já que estava "negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de seus subordinados”.
Salomão destacou que a magistrada optou por se ausentar ao invés de pedir proteção policial, já que alega estar sendo vítima de ameaças.
O que disse a juíza na época
Na época, Ludmila Grilo afirmou que recebeu ameaças de morte e que a proteção policial não resolveria seu problema e afirmou ainda que estava sendo alvo de “assassinato de reputação” promovida pelo CNJ e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Na época, Ludmila Grilo afirmou que recebeu ameaças de morte e que a proteção policial não resolveria seu problema e afirmou ainda que estava sendo alvo de “assassinato de reputação” promovida pelo CNJ e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
“Tanto o CNJ, quanto o TJ-MG mostraram absoluto desprezo e, no mínimo, indiferença pela minha integridade física e pela minha vida.”
“Lamentavelmente o estado falhou e coube a mim mesma promover as medidas necessárias para promover adequadamente a minha segurança”.
Comentários
Postar um comentário