Em Janaúba chuvas denunciam serviços mal feitos e desperdício de dinheiro público


As chuvas dos últimos dias denunciam falta de planejamento, primitivismo, ineficiência, obras mal feitas e desperdício de dinheiro público.

Alagamentos, vias esburacadas, teto novo que vaza, asfalto novo danificado são circunstâncias recorrentes em Janaúba. Entra prefeito e sai prefeito e a coisa não muda, parece encosto, é um mal que não dá trégua.

Antes que alguém transfira a responsabilidade, é bom esclarecer: não, não foi tempestade, tampouco chuva torrencial. Foi chuva normal, inclusive bem abaixo do que mostram os registros.

Para o Norte de Minas Gerais, não existe pacote econômico melhor que a chuva, isso é pacificado entre o sertanejo pelos quatro cantos. No entanto, o pedurismo (pé-duro) do gestor faz daquilo que seria para se comemorar, um pesadelo.

Abrindo os tópicos mencionados no primeiro parágrafo, vamos iniciar pelo planejamento e dar sequência aos demais:

PLANEJAMENTO
Planejamento deveria ser a palavra de ordem de uma administração, porém é ignorado em partes nevrálgicas . Algum puxa-saco, que não tem opinião própria entra em defesa e diz que a obra de pavimentação da avenida Comércio que foi concluída esta semana, foi sim planejada, que o recapeamento da avenida Mestre Alfredo que não foi resolvido o acúmulo de água na pista, que a obra de pavimentação da rua Júlia Gomes com a José Gorutuba, que a cobertura de parte do mercado, que o escoamento de água de alguns pontos da cidade, que as operações tapa-buracos… todos foram planejados.

Porém as circunstâncias, comprovam que não, não foram planejadas. Provavelmente, foram planilhadas. E tecnicamente, planilha é diferente de planejamento. Planilha é um fragmento do planejamento. Planilha descreve o objeto - partícula do ambiente interno, planejamento trata dos ambientes interno e externo

Se a administração tivesse planejado de fato, não teria autorizado o início da obra de pavimentação no bairro Barbosas às vésperas da quadra chuvosa, que tanto transtorno está causando aos moradores. A obra é importante e necessária, mas para se entregar um serviço, não precisa humilhar a comunidade.

Caso a administração alegue que a falha é da construtora, também não é de todo verdade, pois existe um instituto denominado edital que, cabe prevenir situações de histórico de empresas que manifestam vontade de contratar com o setor público que vão além de documentos - a iniciativa privada trabalha com esse modelo e comemora relevantes resultados.

Caso tivesse planejado o teto novo do mercado não teria sido vazado pela chuva. Os alagamentos não teriam acontecido.

E lá se vão 49,55% do tempo da administração que pegou a época de vaca gorda, muito, muito dinheiro em caixa, administração que foi beneficiada pela liberação de recursos antigos do governo do estadual, como por exemplo, da educação e da saúde, do governo federal que despejou dinheiro nos prefeitos. Administração que pegou o município adimplente, habilitado a contratar com todas as esferas de governo, fundações e autarquias, muitos convênios em andamento e uma prateleira de projetos aprovados. Além de aumento de repasse por parte do governo federal.

Dessa forma, fazer bem feito é uma obrigação.

PRIMITIVISMO
Fenômeno que implica a quem não está determinado a debater ideias e propostas à luz de fatos e evidências, mas a agredir e desqualificar feitos e gestores anteriores. O primitivismo aproxima muito a pessoa curraleira do narcisismo, que superestima suas próprias habilidades e exagera suas realizações, pois não consegue realizar parâmetros sinceros e justos.

Comportamento que leva a equívocos elementares, tais como o que está acontecendo com Janaúba, muito dinheiro em caixa e obras mal feitas, que afrontam a dignidade humana.

INEFICIÊNCIA
A ineficiência resulta em bens e serviços públicos de baixa qualidade e em quantidade inferior ao necessário. Como resultado, recursos que poderiam ser investidos em benefício da população acabam sendo consumidos por reparos, retrabalho, consertos e morosidades, incutindo custos à sociedade, como por exemplo, quebra de veículos.

A melhoria da qualidade dos serviços públicos deve resultar em maior eficiência na alocação dos recursos e na gestão das políticas.

A inadequação dos serviços públicos se deve principalmente à baixa qualidade da gestão pública. É possível melhorar a qualidade dos serviços prestados sem aumento de gastos.

A avaliação de política pública e a melhor gestão de processos, resultados e recursos humanos são pontos centrais para melhorar a prestação de serviços sem pressionar o gasto público. É necessário que as políticas tenham metas e métricas definidas desde antes de sua implementação e que sejam avaliadas periodicamente para verificar se estão sendo cumpridas. Dessa forma, é possível ampliar programas com bons resultados e descontinuar programas que não dão os resultados esperados.

É interessante fazer minuciosa análise sobre o volume de recursos e a qualidade dos serviços públicos.

OBRAS MAL FEITAS
É uma verdadeira vergonha e um retrato exato do porquê muitas obras precisam de reparos e outras tantas necessitam ser refeitas. Gerenciamento deficiente, projetos mal elaborados, concorrências mal planejadas e com “vícios”, são alguns pontos que geradores das obras mal feitas.

Não precisa ser especialista para saber que determinadas obras, antes de serem iniciadas terão de ser refeitas por indisposição de fazer a coisa certa.

DESPERDÍCIO DE DINHEIRO PÚBLICO
Uma cartilha elaborada pela Controladoria Geral da União (CGU) conceitua muito bem o que é dinheiro público. Para a CGU, dinheiro público é dinheiro do povo, portanto assunto de todos.

O manual ensina também que deveria ser prática natural do gestor, que o prefeito deve gastar corretamente e prestar contas. E a população tem o direito de saber como os recursos estão sendo aplicados.

No entanto, diz a cartilha, para apresentar os gastos públicos detalhadamente é necessário se ter planejamento, o layout do serviço, o fluxograma de funcionamento, e não apenas planilhas. Como não tem planejamento como só existe planilha, como mencionado anteriormente, então a prestação de contas é falha, mostra apenas gastos fechados, não contextualiza e nem descreve o caminho do serviço.

O não planejamento onera o serviço público em todos os aspectos e em todas as fases, causando desperdício do dinheiro público, do dinheiro do povo.

E, pelo visto, a população está atenta.

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