Onze paraguaios são presos em fábrica de falsificação de cigarros no Norte de Minas
Cigarros eram fabricados na zona rural de Claro dos Poções |
Segundo o Chefe de Departamento da Polícia Civil, Renato Nunes, os paraguaios são suspeitos de fabricarem os cigarros e o clima do Norte de Minas foi um dos motivos para a fábrica funcionar na região.
“A baixa umidade do ar, o clima seco, favorecem o acondicionamento do fumo, que não mofa. Além disso, estamos em um dos maiores entroncamentos viários, com rápida saída de mercadoria; temos um bom mercado consumidor. Quanto aos mandados de prisão, estamos apurando as demais participações e, por isso, não iremos ceder detalhes agora”, explicou. O grupo era investigado pela Polícia Civil de Montes Claros há dois meses.
Em Claro dos Poções, oito máquinas profissionais e de grande porte funcionavam para a fabricação dos cigarros, além de um gerador. Os equipamentos foram avaliados em cerca de R$ 1,2 milhão. O galpão tem cerca de 600 metros quadrados e os insumos, como fumo e papéis especiais, estavam acondicionados em diversas caixas que foram apreendidas.
A polícia vai investigar as condições de trabalho dos paraguaios já que a suspeita é que o grupo estava confinado. “Vamos avaliar em quais condições os estrangeiros chegaram ao norte de Minas; se eles possuíam algum documento de permissão para ficar no País. Também, se o trabalho deles é algo análogo ao de escravo, já que não poderiam sair da fazenda.”, detalhou.
Sonegação
Estima-se que os prejuízos chegaram a R$ 300 milhões por ano. Os investigados vão responder pelos crimes contra a saúde pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Suspeita-se que os cigarros falsificados são revendidos e consumidos em dezenas de Estados do país.
“Agora, a Receita Federal vai verificar as autuações e buscar elementos que irão dar subsídios aos lançamentos dos tributos sonegados. Somente a partir daí, da certeza desta sonegação, é que iremos tentar reaver o crédito”, explicou o Delegado da Receita Federal em Montes Claros, Filipe Araújo Florêncio.
No Paraná, a quadrilha é investigada há um ano pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos. “Os mandados cumpridos hoje são da Comarca de Londrina. A princípio, uma dupla sertaneja utilizava o dinheiro das vendas ilegais dos cigarros na lavagem do dinheiro”, explicou o delegado Rodrigo Souza, de Curitiba.
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