Quase metade dos mineiros precisa de programas sociais
Desafios. Comunidade quilombola do Açude, em Jaboticatubas, tem dificuldade para acessar serviços |
O diagnóstico está no “Boletim da Vigilância Socioassistencial”, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), acessado por O TEMPO na última semana. O documento foca a realidade rural de Minas e será usado para nortear futuras ações para esse meio.
Conforme o estudo, dos quase 9 milhões de mineiros (de um total de mais de 19 milhões) dentro do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), do governo federal, 69,08% têm renda abaixo de um quarto de salário mínimo (R$ 197). Para as chamadas “comunidades e povos tradicionais”, como os quilombolas, e a população rural, essa realidade é ainda mais dura, já que 80,3% dessas pessoas recebem menos que um quarto de salário mínimo. Nesse último grupo, 66% dos habitantes precisam de políticas assistencialistas.
A população rural ainda enfrenta outros problemas quando comparada com a urbana. Os índices de analfabetismo e de acesso a serviços como água encanada, saneamento e energia elétrica são piores nesse público.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, André Quintão, os números mostram que Minas concentra muitas desigualdades regionais e sociais. “É um Estado com potencial econômico imenso. Mas temos ainda uma economia colonial, pouco diversificada e que deixou algumas regiões desprotegidas do ponto de vista social”, disse.
Os problemas estão principalmente no Norte de Minas e nos vales do Jequitinhonha e Mucuri. Para o cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais Manuel Santos, a pobreza no Estado ainda é ampla. “As políticas sociais hoje são bem focalizadas e distribuídas de acordo com critérios específicos. O grande problema é que essas políticas são importantes, mas não resolvem o problema”.
Setor receberá nova verba de R$ 25 milhões
Para 2016, os dados do “Boletim da Vigilância Socioassistencial” serão agregados a um recurso de R$ 25 milhões, disponibilizado para a Sedese pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na última semana. A verba será destinada a programas sociais para áreas rurais, principalmente assentamentos.
Com o dinheiro, será formulada, já a partir do primeiro semestre do ano que vem, uma espécie de política de fomento. O objetivo é pesquisar a demanda de cada região do Estado e criar núcleos de assessoramento e comercialização.
Para 2016, os dados do “Boletim da Vigilância Socioassistencial” serão agregados a um recurso de R$ 25 milhões, disponibilizado para a Sedese pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na última semana. A verba será destinada a programas sociais para áreas rurais, principalmente assentamentos.
Com o dinheiro, será formulada, já a partir do primeiro semestre do ano que vem, uma espécie de política de fomento. O objetivo é pesquisar a demanda de cada região do Estado e criar núcleos de assessoramento e comercialização.
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