Secretário de Estado e diretores da Iter-MG são exonerados por grilagem de terras públicas no Norte de MG

Foram exonerados na tarde desta terça-feira (20), o secretário de Estado da Regularização Fundiária, Manoel Costa (PDT), e funcionários da diretoria do Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais (Iter-MG).Todos foram alvos de investigações da “Operação Grilo”, comandada pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público.
A quadrilha é acusada de fraude na venda de terras irregulares no Norte de Minas para empresas de exploração de jazidas de minério de ferro recentemente descobertas. A estimativa é de que o volume seja de 10 bilhões de toneladas. Segundo informações da Polícia Federal, o grupo já praticava vários crimes como, por exemplo, falsificação de documentos públicos e particulares, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Em nota divulgada à imprensa, o Governo de Minas informou que no início de 2011, o Secretário Manoel Costa enviou ofício à CGE solicitando que, considerando a existência de indícios, fossem instaurados os procedimentos administrativos correspondentes.  Ainda de acordo com a nota, a CGE disponibilizou todas as informações necessárias às investigações iniciadas pelo Ministério Público Estadual. Diante das investigações, que culminaram nas ações judiciais divulgadas nessa terça-feira (20), o Governo do Estado exonerou os dirigentes do ITER-MG denunciados e o Secretário de Estado da Regularização Fundiária deixou a pasta.
 “Eu levantei essas questões no ano passado e apresentei as minhas suspeitas ao Ministério Público. No final do ano passado alguns funcionários do Instituto de Terras foram exonerados por estarem envolvidos no esquema de grilagem. Agora como uma pessoa que apresenta a denúncia ao Mp pode estar envolvida na quadrilha? Hoje a polícia federal esteve na minha casa com mandato de busca e apreensão e levaram um revólver velho e enferrujado e 2 agendas pessoais. Estão me acusando de fazer parte da quadrilha, isso cabe um processo. Eu vou processar os que estão me acusando. Cabe uma ação contra o MP. Agora em relação ao Governo do Estado eles tomaram a medida correta, toda pessoa acusada sob investigação é afastada de seu cargo até concluir as investigações. Eu sou inocente, não faço parte de nenhuma quadrilha.” afirmou  Manoel Costa.
O Governo de Minas disse que continuará colaborando com o Ministério Público e com a Justiça, no sentido de identificar e responsabilizar servidores que eventualmente tenham cometido os ilícitos em questão. Além disso, tomará todas as medidas necessárias para o ressarcimento de eventuais danos causados ao tesouro.
Além de Belo Horizonte, a "Operação Grilo" está sendo realizada em Oliveira, Divinópolis, em Rio Pardo de Minas, Salinas, Serranópolis de Minas, Taiobeiras, Janaúba, e em Curvelo. A maioria dos municípios estão localizados na circunscrição da Delegacia de Políica Federal em Montes Claros.
Prestam depoimento na sede da Polícia Federal em Montes Claros,  o diretor do Iter-MG, Ivonei Abade, que foi preso em um hotel da cidade; Evandro Carvalho, responsável pelo Iter em Rio Pardo de Minas; Maria Nilza Barbosa, do Cartório de Imóveis de Rio Pardo de MIna; Breno Rodrigues Mendes, engenheiro florestal em Taiobeiras; Douglas Moisés Quintiliano, ex-policial civil; Gilson Pereira de Freitas, preso em Curvelo, Nerval Maniolo Teixeira Oliveira e Marcos Gonçalves Machado, detido em Divinopolis. Se os acusados forem condenados, eles poderão pegar mais de 30 anos de prisão.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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