Onça que morreu debilitada em aldeia está exposta no Museu Regional do Norte de Minas

Onça Suçuarana que morreu debilitada em uma aldeia das Cavernas
do Peruaçu em São João das Missões já está exposta
para visitação no Museu Regional do Norte de Minas

(G1) A onça Suçuarana que morreu debilitada em uma aldeia na região das Cavernas do Peruaçu em São João das Missões, em agosto deste ano, tornou-se objeto de estudos e, a partir desta quinta-feira (21), ficará exposta para visitação no Museu Regional do Norte de Minas, em Montes Claros. A carcaça do animal, doada pelo Ibama à Unimontes, foi preservada a partir de um trabalho da equipe técnica do Laboratório de Preparação e Taxidermia da Universidade. A exposição do felino, que é considerado como uma das espécies em risco de extinção, ajudará estudantes e comunidade.

“Precisamos preservar as espécies, principalmente as que estão em risco eminente de extinção no Cerrado. O estudo delas é muito importante para a Zoologia, pesquisas futuras e até trabalhos de monografia e teses, com dados consistentes. Outra questão é que a comunidade em geral não tem acesso a estes animais no habitat deles e, às vezes, ocorre visitação apenas nos zoológicos. A exposição do animal empalhado é uma maneira de informar ao público sobre a nossa fauna”, explica o professor e mestre Vicente Ferreira de Almeida, coordenador do laboratório.

A onça foi encontrada por indígenas na aldeia, mas o animal morreu antes do Corpo de Bombeiros e uma equipe do Instituto Estadual de Florestas conseguir resgatá-la. A carcaça foi entregue ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, e, em seguida, ao laboratório da Unimontes. O processo completo durou aproximadamente um mês.

“O nosso trabalho é para conservar o animal por longos períodos; a preparação começa com a retirada das vísceras para não infeccionar os órgãos. No lugar, colocamos algodão. Depois fazemos a aplicação de formol, glicerina e outros produtos que conservam o couro e os pelos. É necessário que o animal fique em repouso para secar, e por isso a demora no processo”, detalhou o professor.

Com a onça suçuarana, outras 30 espécies de animais típicos do Cerrado Norte-Mineiro estão expostos na sala do Meio Ambiente, no primeiro andar no museu. Na exposição estão tipos como o lobo-guará, tamanduá-mirim, veado catingueiro, jiboia, tucano, jacaré do papo amarelo, seriema e gato do mato.

Laboratório
Os animais que são empalhados na Universidade são doados por iniciativa dos órgãos ambientais, que fazem a apreensão. Na maioria dos casos, as mortes são em decorrência de acidentes ou de caça e pesca ilegais. Sem a destinação para estudos acadêmicos, estas carcaças seriam entregues ao aterro sanitário.

O laboratório de Preservação e Taxidermia existe desde 2010 e conta com técnicos e universitários do curso de Licenciatura e Bacharelado em Biologia. Para o trabalho de preparação e taxidermia, são oferecidos minicursos. Os alunos podem participar das atividades acadêmicas, mediante estágio e bolsa estudantil. As informações sobre o laboratório e o processo de estão no site.

Onça Parda ou Suçuarana
Durante os procedimentos, o pesquisador identificou que a onça era adulta, com idade acima dos cinco anos, e que estava abaixo do peso ideal; a identificação foi feita pelo estado de conservação da arcada dentária.

De acordo com as informações disponíveis na ficha do felino no Museu, esta espécie de onça é a segunda maior da região neotropical, que compreende as Américas Central e do Sul. O animal perde apenas para a onça-pintada e chega a atingir mais de um metro de comprimento, além da cauda que se aproxima dos 60 centímetros. Em cativeiro, ela pode viver até 20 anos. Uma característica predominante são os saltos que podem chegar a 15 metros de altura e a seis metros de distância, o que facilita a caça.

Visitação

Os horários para visita ao Museu Regional do Norte de Minas foram estendidos. Agora, o funcionamento do espaço vai de segunda a domingo, das 8h às 18h30, no sábado das 8h às 12h, e domingo das 9h às 13h; a visitação é gratuita.

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