Pesquisa mostra que Minas tem 200 mil casas sem banheiro

Intervenções na área social ajudam a melhorar a vida de famílias carentes
Mapeamento da Sedese revela que, em 71 cidades do Estado, 20% das residências não têm água encanada.
O baixo nível de escolaridade, a falta de acesso à água potável e a falta de banheiros com sanitários são problemas graves e que afligem pelo menos 200 mil residências, em Minas Gerais. É perverso, mas o fato é que um mapeamento divulgado nesta semana pelo Projeto Porta a Porta, coordenado, pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), feito em 71 municípios mineiros, mostrou que há muitas famílias que vivem em total situação de pobreza e semianalfabetismo. Cerca de R$ 38 milhões serão liberados pelo governo do Estado para serem depositados nas contas das prefeituras das cidades apontadas no estudo, desde que os prefeitos apresentem um projeto que ajude a mudar essa realidade.
De acordo com o documento, os questionários apontaram que em 72% das casas visitadas, pelo menos uma pessoa, com mais de 15 anos, tem menos de cinco anos de estudo. O diagnóstico apontou ainda que 23% dos
domicílios são carentes de sanitário (não têm pia, chuveiro ou vaso
sanitário) e 20% não tem acesso à água encanada. As visitas foram realizadas entre março e abril deste ano e o mapeamento vai continuar.
Com esse diagnóstico em mãos, o grande desafio do governo, agora, é conseguir incluir as famílias dos domicílios mapeados em ações e programas como o Travessia, lançado em 2008. Por isso, prefeitos, secretários e representantes das 71 cidades envolvidas estão reunidos até o final da tarde deste domingo (27), na sede da Sedese, para elaborar o Plano de Intervenção do Travessia Social, na tentativa de melhorar a situação das famílias carentes de cada cidade.
Na avaliação da subsecretária de Projetos Especiais da Sedese, Roberta de Lima, o primeiro passo agora é tentar mudar essa realidade. “É um momento de ver o retrato da pobreza nos domicílios e fechar o conjunto de ações que serão levadas aos municípios. Temos a fotografia que nos mostra a real situação das famílias e, com isso, vamos planejar as intervenções para mudar esse panorama. Essa é a verdadeira travessia. As famílias vão sair da privação para serem incluídas, de forma efetiva, nas políticas públicas do Estado”, destaca.
Para o prefeito da cidade de Limeira do Oeste, Triângulo Mineiro, Pedro Socorro do Nascimento (PR), o Plano de Intervenção do Travessia Social, em seu município, vai mudar o retrato apontado no mapeamento. Para isso, entre os dias 11 e 13 de junho, ele voltará à sede do Sedese para assinar o convênio no valor de R$ 550 mil que serão
investidos
na construção de banheiros nas áreas rurais.
Outros R$ 500 mil serão depositados no cofre da prefeitura de Felisburgo, região do Alto Jequitinhonha, assim que o convênio for assinado. Segundo o prefeito Jânio Pinto Coelho (PSC), em nenhuma comunidade rural da cidade há água tratada. Com o dinheiro, ele tentará resolver os problemas da comunidade do Paraguai e da Prata, na zona rural do município.
Na cidade de Peçanha, no Vale do Rio Doce, outra apontada no levantamento, o prefeito Marcos Geraldo Pereira (PRB) afirma que as intervenções do Governo Estadual, na área social da cidade, podem ajudar a melhorar a vida das famílias carentes não só de Peçanha, mas das outras setenta cidades citadas no mapeamento.
“Nosso município está precisando de investimento na área social e esses projetos vão promover a melhoria de vida dos mais necessitados daqui e de outras cidades” ressalta o parlamentar. Desde 2011, o Porta a Porta promove, de casa em casa, a busca ativa para identificar as reais necessidades das famílias em situação de vulnerabilidade social e, assim, subsidiar as ações do Programa Travessia. No ano passado, mais de 128 mil domicílios foram visitados, em 59 cidades.



Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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