Em Januária, cerca de 600 pés de pequi são derrubados e enterrados em fazenda localizada dentro de área de proteção ambiental ; multa deve ultrapassar R$ 2 milhões






(Por Nátila Gomes, g1 Grande Minas) Cerca de 600 pés de pequi foram encontrados enterrados em uma fazenda localizada dentro da Área de Proteção Ambiental Estadual Cochá e Gibão, na zona rural de Januária.

O crime foi descoberto durante fiscalização conjunta entre a Polícia Militar Ambiental e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Januária, desencadeada nesta terça-feira (21), após denúncias. De acordo com o coordenador do IEF de Januária, Mário Lúcio dos Santos, as multas aplicadas pelos crimes ambientais observados no local devem ultrapassar os R$ 2 milhões. O proprietário não foi encontrado no local, mas foi notificado e deverá comparecer à delegacia para prestar depoimento.

“Além das denúncias, nós fizemos o monitoramento via satélite e cruzamos as imagens de antes e depois. Antes, os pés estavam em pé, e agora percebemos manchas brancas que indicavam a supressão das árvores. Isso nos chamou a atenção. No local, encontramos uma área com folhas e galhos de pequi. Com isso, descobrimos que os pés estavam enterrados”, relatou o coordenador do IEF - Januária.

Segundo a Polícia Militar Ambiental, máquinas agrícolas eram utilizadas para abrir buracos e enterrar as árvores, com o intuito de escondê-las da fiscalização. Dois tratores foram embargados.

O gerente da fazenda confirmou aos policiais que, com o auxílio de tratores, foi feita a supressão dos pés de pequi com o objetivo de limpar a área de quase 200 hectares para posterior cultivo de cebolas.

Ainda conforme a polícia, outros crimes ambientais foram identificados no local. Os militares constataram o plantio de 126 hectares de eucalipto sem licenciamento ambiental, além de uma carvoaria, que também operava de forma ilegal. Dentro dos 18 fornos construídos no local, a polícia encontrou 63 metros cúbicos de carvão vegetal. Foram encontrados, ainda, 63 metros cúbicos de eucalipto prontos para serem queimados, além de 30,67 metros cúbicos de lenha nativa.

Como o proprietário não estava no local, foi lavrado o Termo Administrativo de Comparecimento para que o gerente da fazenda entregue a ele, e que ele procure a Polícia Ambiental para esclarecimentos.

O g1 não conseguiu contato com o proprietário da fazenda. Caso a defesa se manifestar, essa matéria poderá ser atualizada.

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