Norte Mineira de 119 anos tenta quebrar recorde no Guinness como a pessoa viva mais velha do mundo


(G1) A história da norte-mineira nascida em 1900 foi enviada para o Guinness World Records, o livro dos recordes, e a família espera que ela seja reconhecida como a pessoa viva mais velha do mundo.

Maria Pereira dos Santos tem 119 anos e nasceu às 9h do dia 20 de dezembro de 1900, na comunidade de Canela Dema, zona rural de Salinas. De acordo com o registro na Certidão de Nascimento, a idosa é dois anos mais velha do que a japonesa Kane Tanaka, considerada a pessoa mais velha do mundo pelo Guinness.

O cadastro para quebrar o recorde foi feito, na última terça-feira (14), por uma parente da idosa, que mora em Contagem (MG). Assim que teve a informação que o título era da japonesa, Kátia Alves da Silva percebeu que a importância da história de Dona Maria para o mundo.

“As pessoas precisam conhecer a história dela. Fiz um cadastro no site do Guinnes e enviei as informações e estou aguardando um retorno”, conta Katia Alves da Silva, que considera a idosa como tia.

O G1 procurou o Cartório de Registro Civil de Salinas, que confirmou a data de nascimento e a autenticidade do documento.

“Eu desejo que ela seja mundialmente conhecida, porque é uma história muito bonita. Chegar nessa idade é muito gratificante porque hoje as pessoas estão morrendo muito cedo. Ficaria muito feliz se desse certo”, disse Kátia.

O G1 entrou em contato com Guinness para saber quando as informações serão checadas e aguarda um retorno. De acordo com o site oficial, depois da inscrição uma equipe especializada em Gestão de Recordes verifica as informações e, se confirmadas, é enviado um certificado oficial do Guinness com o status de recordista.

Maria Pereira dos Santos teve sete filhos, cinco moram na mesma comunidade, um morreu ainda criança e o outro foi embora para Santos (SP) e a família não tem notícias dele há mais de 45 anos. A centenária tem 16 netos, 24 bisnetos e três tataranetos.

Ela sempre levou uma vida simples e trabalhou duro na roça. Até os 116 anos, dona Maria gostava de descascar milho e ir para a cozinha fazer sabão em um fogão improvisado. Há 3 anos, a rotina mudou após um AVC, que fez com que a centenária perdesse os movimentos.

Por conta da idade avançada, ela alterna momentos de lucidez e tem dificuldade para se comunicar, segundo a família.

Recordações
Kátia passou a infância em Salinas e sempre visitava dona Maria na roça. Da cidade até a comunidade de Canela Dema, onde a idosa mora, são cerca de 15 km e o percurso era feito todos os finais de semana a pé.

“Ela é prima da minha avó, mas sempre a considerei como tia. Eu ia como a minha família passar o final de semana e as lembranças são as melhores. Todos amavam o frango caipira que ela fazia, o macarrão bebido e o torresmo”, relembra.

Entre uma lembrança e outra, a auxiliar de escritório recorda bem como era a recepção ao chegar na casa da tia.

“Ela nos recebia muito bem e sempre foi uma pessoa maravilhosa. Quando a gente ia chegando, pedia a bênção e logo ela já ia preparar o cafezinho. Minha tia sempre preocupou com o próximo e eu admiro muito a generosidade dela. Nunca conheci alguém tão boa de coração”, conta.

E esse é o segredo para viver 119 anos, segundo os familiares.

“Minha mãe sempre dividiu as coisas, ajudou as pessoas e praticou a caridade. Ela está viva até hoje porque quem pratica a caridade recebe a recompensa”, disse o filho Carlito Francisco dos Santos, de 73 anos.

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