Diversificação a agropecuária no semi-árido mineiro

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está intensificando a implementação de pesquisas voltadas para a diversificação da produção agrícola na região do semi-árido mineiro.Aliado a projetos voltados para a viabilização do cultivo de abacaxi e maracujá, entre as novidades dos trabalhos que estão sendo executados nos últimos anos está a busca da produção de morango e oliveiras, numa região até pouco tempo considerada inapta para a produção de frutas típicas de clima frio e temperado. O cultivo de palma para alimentação de bovinos na época da seca; dendê e crambe para a produção de biodiesel e o desenvolvimento de variedades de feijão com maiores níveis de produtividade, também estão sendo alvo de estudos por parte de onze pesquisadores que constituem a equipe que atua no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha. A agricultura familiar está sendo contemplada com o incremento da pecuária leiteira e a implantação de hortas agroecológicas, consorciadas à piscicultura e avicultura.
Além de buscar alternativas para a diversificação da produção agrícola regional, pesquisadores e técnicos agrícolas estão trabalhando na consolidação do Norte de Minas como grande polo produtor de banana prata e nanica. Neste segundo semestre, estão sendo iniciadas pesquisas voltadas para o desenvolvimento de cultivares de banana que consumam menor quantidade de água, produto considerado nobre na região do semi-árido. O principal desafio é aliar a redução do consumo de água com a manutenção de altos índices de produtividade dos bananais, a fim de que a atividade se mantenha economicamente viável.
Atualmente, dados da Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) revelam que a área mineira do Nordeste concentra 12 mil hectares de banana, o que torna a cultura a principal fonte geradora de emprego e renda no agronegócio regional. Por meio de pesquisas implementadas pela Epamig, a partir da década de 1970, os produtores rurais consolidaram a região norte-mineira como uma das principais fornecedoras de banana prata para os principais centros consumidores do país, notadamente para Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Recentemente, parte da produção de banana passou a ser comercializada também no Norte do país, com destaque para Belém, capital do Pará.

Banana orgânica

Paralelo a pesquisas já em andamento visando à conservação da banana prata por período de até 40 dias pós-colheita, o que permitirá a exportação do produto para grandes mercados consumidores, pesquisadores da Epamig já se preparam para, em 2012, implementar outro trabalho inovador voltado para a produção de banana orgânica.
-Se conseguirmos desenvolver novas variedades capazes de proporcionar aos agricultores a colheita de um produto sem uso de agrotóxicos e que, por outro lado, também possibilite a exportação, daremos uma grande contribuição para a consolidação da fruticultura no Norte de Minas, ressalta a pesquisadora e coordenadora da Unidade Regional da Epamig no Norte de Minas, Polyanna Mara de Oliveira.
A pesquisadora explica que com o desenvolvimento de tecnologias capazes de proporcionarem aos produtores rurais a disponibilização de um produto sem adição de agroquímicos, a Epamig possibilitará à região dar uma relevante contribuição para a despoluição do meio ambiente, além de ofertar ao mercado um produto comercialmente mais valorizado.

Hortas agroecológicas

Contemplando a agricultura familiar,  a instituição instalou sete unidades demonstrativas de hortas agroecológicas nos municípios de Janaúba, Nova Porteirinha, Leme do Prado, Montes Claros e no distrito de Mocambinho, em Jaíba. O objetivo é difundir junto a pequenos produtores rurais a produção diversificada de alimentos sem utilização de agrotóxicos que, além de garantir a subsistência, poderá se constituir em nova fonte de geração de renda com a comercialização do excedente.
Uma das novidades do projeto de hortas agroecológicas é o cultivo de hortaliças e legumes em áreas circulares, o que viabiliza consorciar as culturas com a criação de peixes ou frangos. No caso da criação de peixes, a água utilizada para irrigar as plantas contribui para melhor fertilização das lavouras e possibilita às famílias a manutenção de uma fonte alimentar rica em proteínas.
Já os produtores que optarem pela criação de frangos, podem utilizar o esterco para a formação e manutenção de canteiros, além de garantirem a produção de ovos e de carne para subsistência e comercialização do excedente.




Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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